Por Com agências internacionais | Agência O Globo
Um tribunal italiano condenou seis cientistas e uma autoridade
do governo por homicídio culposo - quando não há a intenção de matar - a
seis anos de prisão cada um por não avisar sobre o terremoto que matou
mais de 300 pessoas e destruiu a cidade de Áquila, em 2009.
Os sete, todos membros da Comissão Nacional para Previsão e Prevenção
de Riscos Maiores, foram acusados de negligência e de não praticar
corretamente suas funções ao analisar os riscos do terremoto e sua
tarefa de manter a cidade informada sobre os riscos do sismo. Mais de 5
mil cientistas assinaram uma carta para o presidente italiano, Giorgio
Napolitano, em apoio aos condenados.
O caso foi alvo de críticas internacionais, incluindo do Sindicato
Americano de Geofísica, que alega que o risco de processos pode impedir
cientistas de aconselhar governos ou ainda de trabalhar na análise de
riscos sísmicos.
O terremoto de 6,3 graus de magnitude na escala Richter atingiu
Áquila, no dia 6 de abril de 2009, destruindo dezenas de milhares de
prédios, ferindo mais de mil pessoas e matando outros 309 moradores.
O ponto central do processo era se os especialistas, indicados pelo
governo, deram um parecer tranquilizador demais dos riscos que a cidade
corria na época, fazendo com que autoridades não agissem à altura do
abalo. Áquila tem muitos prédios antigos e frágeis, e parte da cidade já
foi destruída três vezes por terremotos. Antes do terremoto de abril,
muitos abalos de fraca intensidade atingiram a cidade. Para a
Promotoria, os sismos seriam um indício de que um terremoto mais forte
abalaria a região.
Os condenados, que também foram ordenados a pagar custos do processo e
indenizações por danos, devem entrar com um recurso para evitar a
prisão.
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