'National Geographic' apontou uso de material proveniente de elefantes.
Porta-voz da Santa Sé rechaçou acusação e diz ser grave morte de animais.
Após a publicação de reportagem
da “National Geographic”, que apontou o uso de marfim em objetos
religiosos como crucifixos utilizados pela Igreja Católica, o porta-voz
do Vaticano, Federico Lombardi, negou nesta quarta-feira (23) que a
Santa Sé incentive o uso de marfim em peças religiosas.
Lombardi rechaçou as acusações e garantiu que o Vaticano considera grave o massacre de elefantes para a retirada da peça – exportada ilegalmente da África.
Segundo a reportagem, publicada em setembro de 2012 e relembrada em artigo divulgado no último dia 17, o Vaticano
não hesitaria em oferecer presentes em marfim aos chefes de Estado que
visitam o Papa Bento XVI. Desde então, segundo a imprensa internacional,
a sede da Igreja Católica tem recebido inúmeras mensagens com protestos
e críticas.
Em comunicado, o porta-voz comenta que jamais escutou ou leu qualquer
palavra sobre o “incentivo da utilização do marfim para objetos
religiosos”, nem sobre o apoio a qualquer organização que comercialize
ou importe o material.
No entanto, Lombardi explicou que o Vaticano não tem instrumentos
poderosos e eficazes para evitar o massacre de elefantes ou conter o
comércio ilegal de marfim.
Marfim apreendido no porto de Hong Kong no começo de janeiro
(Foto: AP Photo/Kin Cheung)
Durante a década de 1980, mais de a metade da população africana de elefantes foi dizimada, em grande parte, por caçadores ilegais em busca de marfim. No entanto, em janeiro de 1990, países em todo o mundo assinaram um acordo internacional proibindo o comércio de marfim.
Com a ajuda de uma campanha mundial de conscientização, a demanda global pelo produto diminuiu. Nos últimos anos, no entanto, tem havido um retrocesso. Calcula-se que cerca de 25 mil elefantes tenham sido mortos em 2011. Ainda não há números para 2012, mas os conservacionistas estão certos de que o índice será ainda mais alto.
Um aumento na demanda por marfim na Ásia fez com que a matança de elefantes no continente africano aumentasse expressivamente. As presas de elefantes são utilizadas em medicamentos tradicionais e também como peças de decoração.
Um quilo de marfim pode chegar a custar US$ 2.500 no mercado negro, quantias que alimentam grupos de criminosos extremamente organizados e com armas sofisticadas, afirmam ambientalistas.
*Com informações da EFE, National Geographic e BBC
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