Prefeito leguista havia mandado imigrante aprender italiano
A notícia havia causado polêmica. Mohamed El Meliani, um operário de
origem marroquina e residente na Itália há 21 anos, onde vive com
mulher e dois filhos, tinha quase encerrado o processo de cidadania
italiana quando algo deu errado. De fato, em janeiro deste ano, o
imigrante havia se apresentado à prefeitura de Vigonovo, cidade próxima a
Veneza, para o fazer o juramento previsto para o procedimento de
naturalização, mas não conseguiu ler o texto e foi mandado para casa,
pelo prefeito Damiano Zecchinato, para aprender italiano.
“Eu me preocupei porque esta completa falta de integração pode ser
perigosa para ele para os demais”, havia explicado na ocasião o prefeito
leguista, pedindo ao marroquino que voltasse depois de seis meses.
“Espero que neste período ele consiga aprender um pouco de italiano e
assim, da minha parte, não terei problemas em concluir a cerimônia de
entrega da cidadania italiana”, dissera.
Mas pelo jeito o marroquino aprendeu depressa. De acordo com o site “La
Nuova Venezia”, há dois dias El Meliani apresentou-se novamente na
prefeitura para fazer o juramento e agora é finalmente italiano. “Em
pouquíssimo tempo, El Meliani, que era quase analfabeta, debruçou-se
sobre os livros de escola. Aprendeu a falar e a ler em italiano e hoje
alcançou o seu objetivo: ser um de nós, para todos os efeitos”, afirmou
Zecchinato.
Para quem não acredita em milagres, é um pouco difícil compreender como
apenas algumas semanas de estudo possam ter sido suficientes para
cancelar a “perigosa e completa falta de integração” que tinham impedido
o marroquino de obter a sua cidadania italiana. El Meliani é um
fenômeno? Ou o prefeito leguista havia esticado muito a corda um mês
atrás?
Elvio Pasca
www.agoranoticias.net
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