terça-feira, 27 de novembro de 2007

Debate discute produção teatral no Brasil e na Itália


A dramaturgia contemporânea da Itália, um país de autores clássicos como Carlo Goldoni e Luigi Pirandello, finalmente deu um salto no final dos anos 90. Até então, era difícil identificar consistência no experimento de novos caminhos para a escrita teatral. A avaliação é de Michele Panella, 35, curador artístico do teatro Della Limonaia (Florença), que participou ontem em São Paulo da mesa-redonda "Da Encenação à Realidade - Intercâmbio Cultural Brasil-Itália", no teatro Augusta.

"Pode-se falar de um renascimento da dramaturgia italiana a partir da década passada, sobretudo em conseqüência da União Européia, que fortaleceu os intercâmbios", diz Panella. Ele traçará um panorama da cena atual de seu país em encontro com a pesquisadora Neyde Veneziano (Unicamp), especializada em teatro italiano; a diretora Débora Dubois, que participou de projeto no Della Limonaia há cerca de três anos; e o crítico da Folha Sérgio Salvia Coelho, que situará a produção brasileira recente. A mediação será feita pela atriz Inês Aranha. O evento gratuito marca os cinco anos da Associação Cultural Augusta.

Panella vem ao Brasil por meio da parceria do teatro Augusta com a Folha. Ele destaca três autores da nova safra: Letizia Russo (1980), Fausto Paravidino (1976) e Spiro Scimone (1964). "Essa geração pratica um realismo muito particular. É um tipo de estrutura de texto que surge da fala cotidiana", diz. Desde o final dos anos 80, o Della Limonaia realiza o festival Intercity, uma ponte com autores de outros países. Em 2004, o Brasil marcou presença com a encenação de textos do cearense Marcos Barbosa e do paulista Aimar Labaki. "Em geral, esses brasileiros alcançam linguagem universal a partir de realidades locais e histórias de intimismo", afirma. A abertura e o final do encontro terão apresentação musical de Andréa Kaiser e Rosana Civile, ao piano.

Fonte: Folha de São Paulo

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