segunda-feira, 21 de abril de 2008

Prodi adverte sobre perigo de tensão entre energia e alimentos


O atual primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, advertiu hoje do perigo de uma tensão entre os alimentos e a energia por causa dos biocombustíveis, ao inaugurar o 11º Fórum Internacional de Energia (IEF, em inglês). "Está se delineando um conflito entre alimentos e combustível, com conseqüências sociais desastrosas e com fortes dúvidas sobre seus benefícios ambientais", disse Prodi, que exigiu uma intervenção coordenada dos Governos, porque "não podemos permanecer olhando à toa". O chefe de Governo italiano destacou que, em geral, existe um risco de que a energia se transforme em uma fonte de tensão futura e inclusive de "enfrentamento" entre as regiões. Para evitar isso, propôs um diálogo entre "países consumidores e países produtores", entre nações ricas e pobres sobre três frentes: "o da oferta, o da gestão da demanda e o da transparência".

Prodi lembrou que a demanda mundial de energia crescerá 50% nos próximos 25 anos, e isso apesar de que 1,6 bilhão de pessoas no mundo não têm acesso à eletricidade atualmente. A maior parte da energia necessária até 2030, precisamente 84% será satisfeita, segundo seus dados, com combustíveis fósseis. Destacou que as reservas de petróleo e gás são suficientes, mas ressaltou a necessidade de seu desenvolvimento. Prodi disse ser compreensível que os países produtores queiram ter "uma certeza na demanda", mas disse que, em todo caso, em 2030 "a demanda de petróleo será maior em pelo menos um quinto da atual". "É necessário que os preços petroleiros sejam relativamente estáveis a níveis aceitáveis, tanto para consumidores quanto para produtores", disse.

Assim, Prodi inaugurou o IEF, uma reunião bienal concebida como "diálogo entre produtores e consumidores" de hidrocarbonetos, que se transformou, segundo seus organizadores, no maior encontro de ministros e dirigentes de consórcios do setor. Organizado pela Itália em cooperação com a Índia e o México, o evento reunirá "mais de 500 delegados, incluindo ministros, representantes das instituições internacionais e dirigentes das maiores empresas do setor", segundo um comunicado do IEF.A sessão de hoje é a inauguração oficial, mas neste domingo já começou um "fórum de negócios" que se centrou em temas como os investimentos na infra-estrutura petrolífera e do gás, o desenvolvimento e troca de tecnologia, medidas ambientais e recursos humanos no setor.

Da EFE

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