segunda-feira, 21 de abril de 2008

Vaticano avaliará com calma o estado de Lugo do ponto de vista canônico


O Vaticano "avaliará e aprofundará com calma, do ponto de vista canônico, qual pode ser a melhor solução" para definir o status na Igreja com relação ao bispo católico suspenso "a divinis" Fernando Lugo, vencedor das eleições presidenciais do Paraguai. Esta informação foi dada à Agência Efe pelo porta-voz do Vaticano, o jesuíta Federico Lombardi, que afirmou que, "em um clima tranqüilo e sereno e sem pressa, as autoridades competentes definirão melhor o status" de Lugo.

Lombardi evitou avaliar a vitória do ex-bispo nas eleições do último domingo, pois não corresponde a ele apresentar um julgamento de caráter político particular, "pois o povo escolhe livremente os governantes". O porta-voz afirmou que Lugo já não exercia o Ministério episcopal há muito tempo por causa da suspensão "a divinis" e que o fato de ter vencido as eleições não representa que tenha que adotar de forma "urgente" novas medidas sobre seu status em relação à Igreja. Lombardi afirmou que o Vaticano não questiona sua escolha como eventual futuro presidente do Paraguai e muito menos que a Igreja vá fazer a ele uma "espécie de oposição particular".

Ao ser questionado se Lugo será reconduzido para o estado laico ou se receberá a dispensa papal, Lombardi afirmou que "é prematuro" falar destas possibilidades e disse que agora o papa, a Congregação para os Bispos e a Conferência Episcopal do Paraguai discutirão com calma e serenidade para buscar a melhor solução do ponto de vista canônico, "tudo isto sem dramas".Sobre o fato de ser a primeira vez em que um bispo é eleito presidente da República, Lombardi disse que é um feito que "chama a atenção e uma situação inédita", embora o triunfo de Lugo não tenha lhe causado "uma grande surpresa".

Em janeiro do ano passado, o Vaticano suspendeu o bispo Fernando Lugo "a divinis", que significa, segundo o Código de Direito Canônico, que o "sacerdote continua obrigado aos deveres a ele inerentes, embora esteja suspenso do ministério sagrado". Lugo pediu ao papa para retornar ao estado laico, mas o pontífice rejeitou a solicitação.

Da EFE

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