sexta-feira, 30 de maio de 2008

Berlusconi ameaça usar Exército em crise do lixo de Nápoles

Nápoles (Reuters) - O primeiro-ministro de Itália, Silvio Berlusconi, disse que poderia mobilizar o Exército para conter os protestos decorrentes da crise do lixo em Nápoles, no sul do país. O bilionário premiê conservador faz da retirada do lixo napolitano uma prioridade deste seu governo, que começou há três semanas. O acúmulo de detritos mal-cheirosos está afastando turistas e ameaçando a saúde da população. Berlusconi propôs abrir um novo lixão, mas moradores se opuseram. O premiê disse que não vai se intimidar e ameaçou processar quem se tentar interferir no novo aterro.

Ele também insistiu na proposta, anunciada inicialmente por ele no dia 21, de usar as Forças Armadas para proteger aterros sanitários. "Vamos usar a força nacional -- o Exército", disse ele na sua segunda reunião ministerial em Nápoles em pouco mais de uma semana. O lixo se acumula nas ruas de Nápoles desde o fim do ano passado, quando todos os aterros foram declarados cheios. Além disso, a Camorra (máfia local) está envolvida na administração de lixões industriais clandestinos. Berlusconi promete resolver o problema dentro de três anos. Há uma semana, o gabinete aprovou um pacote legislativo contra a crise. Na sexta-feira, uma fonte oficial disse que os soldados podem ocupar também os centros de triagem do lixo. "O que está em jogo são as regras básicas para evitar que se escorregue da democracia na anarquia", justificou Berlusconi. Nesta semana um juiz de Nápoles determinou a prisão domiciliar de 25 pessoas, inclusive empregados da construtora Impregilo, por supostas irregularidades no despejo de dejetos.Um dos investigados, poupado da prisão, é o chefe de polícia da cidade, Alessandro Pansa, que nega irregularidades.

Berlusconi defendeu a nomeação de um promotor especial para acompanhar a crise do lixo. O ex-juiz Antonio di Pietro, célebre por seu trabalho contra a corrupção, hoje atuando como um importante político de centro-esquerda, disse que tal medida poderia afetar o trabalho dos promotores locais.

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