sábado, 14 de junho de 2008

Festival de Dança de Veneza aborda obsessão por beleza


A sexta edição do Festival Internacional de Dança Contemporânea tem como tema a beleza e pretende discutir a obsessão do culto ao ego, a conquista da beleza e a pressão da mídia sobre o mito da aparência. Com curadoria do brasileiro Ismael Ivo – que dirige o evento pela quarta vez consecutiva – o festival deste ano conta com 15 espetáculos, dirigidos por coreógrafos de diversas partes do mundo.

Beauty (beleza, em inglês) é a continuação da pesquisa iniciada pelo brasileiro sobre a relação do corpo com o mundo contemporâneo. Ivo assumiu a Bienal de Dança de Veneza em 2005 e iniciou uma trilogia colocando o corpo no centro do universo. Com Body Attack, Underskin e Body&Eros, Ismael Ivo lançou as bases para explorar a descoberta do corpo humano através dos movimentos dos bailarinos. Nesta edição, o olhar crítico do brasileiro quer mostrar ao mundo a obsessão e a pressão pela beleza e transformar a dança em instrumento político de liberação da arte.

Entre os participantes deste ano estão Frédéric Flamand, Stephen Petrônio, Michela Lucenti e a escritora Germaine Greer, autora do livro O Eunuco Feminino. O artista e fotógrafo Davide Michalek abre o Festival hoje, a 14 de junho com o espetáculo Slow Dancing, que traz 46 fotografias de coreografias interpretadas por dançarinos, projetadas em três telões espalhados pela cidade durante todo o evento. Chain of Feathers, do jovem coreógrafo Mauro de Candia, encerra a Bienal de Dança no dia 29.

Outros destaques do evento são a Bonachela Dance Company, com Square Map of Q4, de Rafael Bonachela, e os espetáculos Beauty and the Brut Bloom e This is the Story of a Girl in a World, de Stephan Petronio com um time de artistas que elabora o ritmo pop com coreografia de vanguarda.

Além do curador brasileiro, o espetáculo Métamorphoses, de Frédéric Flamand também irá contar com talentos do Brasil. Encenado pelos dançarinos do Ballet National de Marseille, a companhia francesa escolheu os irmãos Campana para contribuir com a cenografia e figurino. Para interrogar sobre os mitos da beleza contemporânea da tecnologia, da eterna juventude, Frédéric Flamand "vestiu" o espetáculo com as criações de Fernando e Humberto Campana. Pegasus, Narciso e Medusa são alguns dos personagens que "dançam" a metamorfose.

BBC

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