sábado, 5 de julho de 2008

Itália declara estado de emergência nas ruínas de Pompéia


O governo italiano declarou ontem estado de emergência nas ruínas de Pompéia, visando proteger um dos tesouros arqueológicos mais importantes do mundo, após décadas de descuido.Um comunicado do gabinete italiano disse que o governo vai nomear um comissário especial para Pompéia, a cidade sepultada por uma erupção do Vesúvio no ano 79 a.C. e que hoje é Patrimônio da Humanidade reconhecido pela Unesco. Arqueólogos e historiadores da arte vêm reclamando há anos da manutenção insuficiente de Pompéia, vítima da falta de investimentos, do lixo, mato, pichações e pilhagem. Falsos guias turísticos e manobristas de automóveis não autorizados também são presença constante no local. Cerca de 2,5 milhões de turistas visitam Pompéia anualmente, e muitos vêm expressando seu espanto diante das más condições em que as ruínas se encontram.

Uma informação publicada pelo jornal Corriere della Sera indicou que muitas das 1.500 casas da cidade, entre elas algumas das mais famosas, estão fechadas ao público, que os afrescos estão se deteriorando, e que os trabalhos de restauração iniciados em 1978 ainda não foram concluídos.O "estado de emergência", que o governo disse que durará um ano, permitirá que sejam aprovadas mais verbas e medidas especiais para proteger o lugar."A cada ano, pelo menos 150 metros quadrados de afrescos e paredes rebocadas se perdem por falta de conservação", disse ao jornal o vereador regional responsável pelo patrimônio artístico, Antonio Irlando."A mesma coisa acontece com as pedras: pelo menos 3.000 acabam por desintegrar-se a cada ano."Dois terços da cidade de 66 hectares, onde na antiguidade romana viviam 13 mil pessoas, foram recuperados desde que as escavações começaram, 260 anos atrás.O terço restante ainda está debaixo da terra, mas o Corriere della Sera disse que o terreno sob o qual se encontra está sendo usado como lixão e está recoberto de pneus, geladeiras e colchões velhos.

Reuters/Corriere della Sera

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