segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Bolsa de Valores: crise na Europa e Ásia

A semana começa turbulenta nos mercados financeiros. A aprovação, na última sexta-feira (3) do pacote de US$ 700 bilhões de ajuda aos bancos nos Estados Unidos, não é suficiente para acalmar os temores dos investidores. Na Europa, as bolsas operam com fortes quedas. Na Ásia, o dia foi de perdas. Por volta das 7h30 (horário de Brasília), a bolsa de Londres recuava 5,46%. Na França, o índice CAC tinha queda de 5,88%, enquanto a bolsa de Frankfurt caía 5,57%. Na Espanha, o Ibex recuava 4,50%. Na Suíça, a queda era de 4,77%. Na Rússia, as duas Bolsas de Moscou, Micex, cotada em rublos, e RTS, cotada em dólares, anunciaram suspenderam suas cotações após quedas superiores a 14% e 15%, respectivamente. "As negociações foram interrompidas às 13h35 (6h35 de Brasília) no mercado Micex durante uma hora", anunciou esta Bolsa. O índice registrava queda de 15,44% a 781,79 pontos no momento da suspensão dos negócios.
Crise européia
Os mercados olham com desconfiança os indícios de crise na Europa. No domingo, o governo e os bancos da Alemanha chegaram finalmente a um acordo para a criação de um plano de 50 bilhões de euros para evitar a quebra do banco de hipotecas Hypo Real State (HRE). No mesmo dia, o governo anunciou que garantirá integralmente correntistas e poupadores particulares. A Alemanha se une assim a Irlanda e Grécia na proteção total das contas de correntistas particulares, uma das iniciativas mais importantes do poder público para conter a crise até agora. Áustria e Dinamarca também anunciaram neste domingo que garantirão os depósitos particulares, enquanto na Inglaterra vozes já se levantam pedindo medida semelhante por parte do governo. A Alemanha, maior economia européia, tenta prevenir as imprevisíveis conseqüências da bancarrota do Hypo, cujos ativos chegavam a 400 bilhões de euros no final de 2007. Uma primeira tentativa de plano de resgate da instituição fracassou no sábado.

Ásia
Na Ásia, o índice Nikkei 225 da Bolsa de Tóquio, no Japão, terminou o pregão em baixa de 4,25%, seu pior desempenho desde 12 de fevereiro de 2004. O indicador ampliado Topix, que reúne todos os valores da primeira sessão, perdeu 48,93 pontos, ficou abaixo da barreira de 1.000 pontos pela primeira vez desde dezembro de 2003, e encerrou o dia em queda de 4,66%. O índice Kospi da Bolsa de Valores de Seul, na Coréia do Sul, concluiu a sessão no negativo: 4,3%. O indicador Kosdaq perdeu ainda mais: 5,95%. A bolsa de Valores de Xangai também parece estar sem saúde mesmo após quase uma semana de fechamento por causa de um longo feriado, e encerrou o pregão em queda de 5,23%. Em Hong Kong, o índice referencial Hang Seng terminou em queda de 4,97%. A Bolsa de Taipei perdeu 4,12%, e ainda encerraram no vermelho: Filipinas, com 2,6%; Sydney, 1,3%; e Nova Zelândia, 3,27%. Coréia do Sul, Japão e China vão discutir a aceleração da criação de um fundo de US$ 80 bilhões para ajudar a proteger a Ásia da turbulência financeira global. O Ministério de Finanças e Estratégia da Coréia do Sul informou que vice-ministros de finanças dos três países vão se encontrar para agilizar essa reserva.

Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo que o Brasil não pode "vacilar" diante da crise financeira internacional, embora esteja preparado para enfrentá-la, e ressaltou que não haverá mudanças no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Globo on line com informações da Reuters , France Presse e EFE

Nenhum comentário: