sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Chinês é agredido por gangue racista em Roma

ROMA - Um chinês de 36 anos foi atacado ontem por uma gangue na periferia de Roma. O homem, que vive com a mulher e três filhos, teve o nariz quebrado e se recupera em um hospital.
Os seis agressores, todos menores de idade e moradores da região, foram detidos pela polícia. Antes de atacar o homem, os menores o abordaram gritando insultos racistas.
"Estava esperando o ônibus quando de repente me cercaram e me espancaram", disse o chinês aos médicos. Expressando-se com dificuldade em italiano, o homem tentou explicar as agressões com gestos.
É o terceiro caso de agressões racistas que ocorre no país em poucos dias. Em Milão, um vendedor ambulante senegalês foi espancado com um taco de beisebol, acusado de "roubar o trabalho" de italianos e em Parma um jovem de Gana foi atacado por seguranças.
Também não é a primeira agressão realizada pelo grupo de garotos romanos: dois deles foram reconhecidos por testemunhas como autores de uma agressão a dois homens da Costa do Marfim, a quem os garotos chamaram de "porcos negros".
Os rapazes negaram ter participado da agressão. "Eram muito frios, quase indiferentes. Não admitiram claramente terem sido os agressores, apesar de terem sido reconhecidos por testemunhas", disse um policial, acrescentando que "os pais estavam muito irritados com os filhos".
O prefeito de Roma, Gianni Alemanno, condenou o episódio e declarou que haverá "tolerância zero contra qualquer forma de violência racial". Alemanno também pediu que sejam identificadas "eventuais ligações desses criminosos com grupos de extrema-direita e outras conexões político-criminosas".
"Em nossa cidade não deve haver nenhum espaço para a ilegalidade. O respeito à legalidade e às regras deve valer também e sobretudo para os fenômenos de intolerância e de discriminação racial", disse o prefeito.
Já o ex-prefeito de Roma, Walter Veltroni, pediu que "ninguém dessa vez esconda a cabeça em um buraco ou tente diminuir a gravidade dos fatos". "Está se difundindo um clima tenso de intolerância e de violência que deve ser combatido por todos e, ao contrário, até agora vimos mais de uma vez da parte da direita a tentativa de esconder a realidade", declarou Veltroni.
Também condenaram a agressão o governador da região do Lazio, Piero Marrazzo, e o governador da província, Nicola Zingaretti, que defenderam uma prevenção "com forte empenho das instituições, com escolhas administrativas equilibradas e incisivas, com uma verdadeira ofensiva cultural". (ANSA)

Foto: Corriere della Sera

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