quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Maroni nega emergência racismo

ROMA – Na Itália “não existe emergência racismo”, mas episódios que atingem, assim como existem casos montados, por exemplo como o da mulher somaliana”. Este foi o depoimento que o Ministro do Interior, Roberto Maroni, deu durante a festa do Pdl, no dia 5, para atenuar o alarme de intolerância racial provocado pelos últimos acontecimentos. Na oportunidade, Maroni confirmou que o Ministério se constituirá parte civil contra Aminia Sheikh Said que acusou ter sido maltratada, humilhada e submetida a uma perquisição arbitrária pelas polícias que atuam no aeroporto de Ciampino.

“A polícia agiu segundo as regras, respeitando-as com extremo rigor e foi injustamente acusada de racismo. Por isso as forças de ordem decidiram fazer uma denúncia por calúnia e o Ministério se constituirá como parte civil para proteger o bom nome das forças policiais italianas”, disse Maroni. Em entrevista ao Padana, no dia 5, o titular do Ministério do Interior sustentou que o caso ocorrido no aeroporto se trata de uma clamorosa armação, feita também pela imprensa, e que não tem nada haver com racismo ou prevaricação da polícia”

Marco Minniti, ministro sombra do Pd, declarou que Maroni erra em não considerar os “riscos de difusão de sentimentos intolerantes e racistas. E faz mais mal ainda em não aceitar o convite do presidente da Câmara para participar de um observatório parlamentar sobre os casos ocorridos”. No início da noite, porém, o jornal Corriere della Será, versão digital, divulgou uma pequena nota informando que o Governo se pronunciará na Câmara, quinta-feira de manhã, sobre os episódios de racismo denunciados em diversas cidades italianas.

Caso Amina – A somaliana Amina Sheikh Said, 52 anos, casada com o italiano Luigi Mancuso, apresentou denúncia, contra as forças policiais que atuam no aeroporto de Ciampino, por injúria, ameaça, violência privada, perquisição arbitrária, com agravante de ódio racial. No final de julho, quando retornava de uma viagem a Londres com quatro sobrinhos, ela teria sido detida e mantida nua por horas no aeroporto. Primeiro sob a acusação de rapto de crianças, depois tráfico de clandestinos e, finalmente, "correio" de drogas. Os agentes policiais teriam insultado a somaliana com expressões racistas, como “negra louca”, submetendo-a por fim a uma inspeção corporal. O caso de Amina veio a público no dia 3 de outubro, denunciado pela Associação Antígone.

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