sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Para Berlusconi, manifestantes italianos são "facínoras"

Berlusconi com a ministra Gelmini

Pequim e Roma, 24 out, Ansa - O premier italiano, Silvio Berlusconi, denunciou hoje a presença de "facínoras" nas manifestações realizadas na Itália, para protestar contra a reforma do sistema educacional, proposta pela ministra da Educação, Mariastella Gelmini. Segundo Berlusconi, que participa em Pequim da 7ª Cúpula Ásia-Europa, as mobilizações contam com o "respaldo da esquerda extrema, dos centros sociais e dos jornais." "As pessoas comuns sabem opinar sobre o que lêem", declarou hoje o premier. "Acredito que o Estado deve defender os direitos dos cidadãos entre os quais o de assistir à escola e ir à universidade", acrescentou. A respeito das invasões feitas pelos manifestantes às escolas, o primeiro-ministro italiano afirmou ontem "não ter dito nem pensado que a polícia deva entrar nas escolas." "Se há facínoras que querem protestar, que protestem. Eles têm todas as vias possíveis e imagináveis para fazê-lo, porém que não impeçam o acesso dos demais às estruturas públicas", explicou. A polêmica proposta de reforma educacional defendida por Gelmini, prevê, entre outras medidas, a adoção de um único professor por classe, a nota de comportamento e o uso de um mesmo livro didático para cinco anos letivos. O ex-chanceler italiano apoiou hoje a manifestação dos grupos estudantis. "Fazem bem os estudantes que protestam contra a chamada 'reforma Gelmini', pois ela consiste somente em cortes futuros. Eu aconselho que os escutemos", opiniou. Enquanto isso, o movimento estudantil de direita Alternativa Studentesca declarou em nota seu apoio ao governo. "Expressamos solidariedade à ministra pelos ataques e pelas posições irresponsáveis de associações estudantis próximas aos sindicatos que protestaram invadindo universidades e escolas", declarou a organização. Os estudantes contrários às invasões afirmaram ainda que "estas associações (que protestam) demonstraram a arrogância de quem não busca um debate pelo bem da escola, mas unicamente uma contraposição ideológica."

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