Veltroni manda carta a ministros pedindo suspensão da reforma do ensino

Walter Veltroni, líder da oposição ao governo do premier italiano, Silvio Berlusconi, enviou hoje uma carta ao ministro da Economia, Giulio Tremonte e à ministra da Educação, Maria Stella Gelmini, pedindo que fosse colocado em debate o decreto lei aprovado pelo Congresso sobre a reforma da educação do país. "Ministro Tremonti, ministra Gelmini se há um setor, uma matéria, sobre a qual o país e sua classe dirigente deveriam procurar sempre e de todo modo superar as divisões e polêmicas para encontrar as soluções melhores, este é o setor que compreende a escola, a pesquisa e a universidade", escreveu o político. Na carta, Veltroni fala de uma "profunda inovação" no sistema de ensino do país, por meio de uma "reforma radical", que vise ampliar os investimentos no setor, o que vai de encontro ao projeto orçamentário do governo, que prevê um corte de verbas para a educação.

Veltroni e esposa na manifestação dos estudantes

O líder da oposição critica também o fato de que "a cada mudança de governo se coloque a mão na maneira de funcionar de um setor decisivo para o futuro do país, para a vida de milhões de famílias, de jovens, de professores". "Nas últimas semanas, como é justo e sadio que aconteça em uma democracia, avançamos como oposição, crítica e propostas alternativas em relação ao mérito e ao método das escolhas do governo", defendeu Veltroni. O político lembrou ainda que os protestos foram "serenos, responsáveis e pacíficos". Assim, pede em sua carta para que o governo Berlusconi "exercite uma virtude que deveria ser própria de todo governo: a de ouvir e de confrontar". Para Veltroni, a medida aprovada deve ser suspensa para que o Parlamento possa voltar a debater o assunto sem "se submeter a imposições contínuas ou a ameaça do voto de confiança". Na carta enviada aos ministros, o líder pede um diálogo aberto aos partidos de oposição e às instituições de ensino por um período de dois meses. "Tudo isso com um só grande objetivo: fazer finalmente do nosso sistema formativo, como acontece em todos os outros grandes países europeus, a pedra angular sobre a qual construir um forte e coerente designo de desenvolvimento e de crescimento econômico e social", defende.

Ansa