sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A saúde dos imigrantes

Um estudo apresentado na terça-feira (24) em Roma demonstra que as más condições de vida fazem os imigrantes adoecerem no país de destino, ainda que a grande maioria tenha deixado sua terra com saúde.A pesquisa foi apresentada pelo diretor do Instituto de Doenças Infecciosas da Policlínica Gemelli, Roberto Cauda, na convenção "Patologias emergentes e reemergentes".

"O perfil típico do migrante é jovem, saudável e em condições de trabalhar quando chega ao local de destino. É uma população em risco das 'patologias da pobreza', doenças que em 80% a 90% dos casos são adquiridas no país hospedeiro", explicou.

De acordo com o pesquisador, a grande maioria dos males são traumas ortopédicos ou infecções triviais, "como as das vias respiratórias, favorecidas pela moradia em ambientes lotados e sem aquecimento".


Cauda disse ainda que menos de 10% dos imigrantes chegam com patologias anteriores, geralmente o vírus HIV ou tuberculose.      Esta última, segundo o pesquisador, tem diferentes níveis. A doença que se difunde no mundo industrializado é diferente da que existe, por exemplo, na África: uma "tuberculose multirresistente, contra a qual não existem armas".      Os médicos, continuou Cauda, "não devem se deixar tomar pela 'síndrome de Salgari' frente a um migrante, imaginando subitamente doenças exóticas jamais vistas antes".

Cauda afirmou que as patologias dos estrangeiros são frequentemente confundidas com males infecciosos por causa do "medo do diferente". Além disso, segundo ele, os meios de comunicação alimentam os riscos de alarmismo injustificado.
 
Da Ansa

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