segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Itália, o mundo encantado dos presépios. E da natividade



Trnasformados em obras de arte, os presépios italianos estão em todos os lugares, nas pequenas cidades e nos grandes centros, encantando e emocionando. Foto: Presepe delle Marche

Jesi: Presepe delle Marche; Catanzaro: Mostra presepi artigianali in Galleria Mancuso; Roma: Alla stazione Termini il presepe dei ferrovieri; Bobbio: Presepi nelle contrade; Seregno: 200 presepi in vetrina; Bra: Il presepio "futuristico"; Piemonte: In giro per presepi viventi; Ferrara: Presepe vivente in piazza Cattedrale; Brescia: Torna il presepe subacqueo al Parco Panela; Torino: Presepi a Natività dal Mondo nella Biblioteca della Regione Piemonte; Agira: XXI edizione del “Presepio Vivente"; Loano: La tradizione del Presepe; Imperia: Il presepio di Olivastri e il pesciolino di Gesù Bambino; Verona: Rassegna Internazionale del Presepe


Essa é uma superficial demonstração de que a Itália, além de ser berço de origem, é atualmente eo país que mais cultua e preserva a tradição dos presépios. Com aquele invariável detalhe: nas mãos dos italianos, o trabalho de confecção da representação artística do nascimento de Jesus Cristo se transformou em obra de arte. A originalidade, o esmero, a busca da perfeição, a técnica, os materiais, tudo contribuiu para transformar a estética de um momento religioso em uma beleza comovente, invariavelmente produzida com o motor que move as ações dos italianos: a paixão.

Por onde se vá, por todos os cantos, das menores localidades aos grandes centros, os presépios neste dias são a grande atração. Na verdade, pode-se estender essa percepção para o conjunto das comemorações que envolvem o natal. Os italianos comemoram com muito entusiasmo a data, exprimindo esse sentimento não apenas por meio dos presépios, mas enchendo as ruas, praças, jardins e casas com luzes, árvores de natal e todos os adereços peculiares à época.

Os presépios tem tanta importância na Itália que existem entidade e grupos que organizam, preservam e estimulam a arte. Para se ter uma ideia desse mundo, visite o site da Associazione Italiana Amici del Presepio , onde é possível acessar fotos, vídeos, programação e eventos, e uma série infindável de outros sites dedicados ao assunto.

Se os presépios já assumiram o status de obras de arte, cujos autores são reverenciados e respeitados como artistas particularíssimos, outras manifestações de natividade dão o tom da relevância que a data tem para os italianos. Em Gubbio, por exemplo, cidade medieval da Umbria, desde o dia 7 de dezembro se acendem as luzes da maior árvore de natal do mundo. Com nada mais nada menos que 650 metros de altura e 350 de largura, estendida ao longo de uma montanha, nada pode ser maior que a árvore de natal desta cidade.


Mas as representações da natividade na Itália não se limitam aos presépios, como demonstra a maior árvore de natal do mundo, em Gubbio. Foto: Comitato Albero di Natale Gubbio

Embora haja contestações, uma data que referencia a arte da montagem de presépios seria 1233, em Greccio, pequena cidade da Itália central, onde Francisco de Assis, o santo, idealizou uma representação teatral do nascimento de Jesus, conhecido como o primeiro presépio vivo.


No entanto, os presépios como os conhecemos nos dias atuais só teriam surgido bem mais tarde, três séculos depois. Há referências históricas que indicam que um dos primeiros presépios que ornamentou uma residência foi montado em 1567, na casa da Doquesa de Amalfi.

A criação do cenário que hoje é conhecido como presépio, provavelmente, deu-se já no século XVI. Segundo o inventário do Castelo de Piccolomini em Celano, o primeiro presépio criado num lar particular surgiu em 1567, na casa da Duquesa de Amalfi, Constanza Piccolomini.

Seja como for, aos poucos a arte presepista difundiu-se por toda a Itália, tornando-se porém uma das grandes manifestações artísticas em Nápoles, a partir de 1700. Sua popularidade contribuiu para que surgisse, naquele período, competições de presépios, nas quais a humanização das cenas e figuras retratavam o modo de vida, hábitos e costumes da época atribuindo aos presépios um realismo impressionante. Atualmente, além de representar uma obra de arte de grande raridade, o Presépio Napolitano constitui-se num importantíssimo testemunho material histórico e antropológico acerca da sociedade napolitana do século XVIII.

Grandes artistas especializavam-se na reprodução, em barro, terracota e madeira, de personagens típicos regionais. Alguns voltavam sua arte para um determinado setor, isto é, mantinham dedicação exclusiva na modelagem de tipos populares com seus traços físicos; outros dedicavam-se à modelagem de animais; outros, ainda, especializavam-se na confecção dos acessórios. A título de exemplo, pode ser citado Giuseppe Sammartino, considerado o mais célebre dos artistas, especialista em figuras do Grupo Sacro, os Magos, mulheres e homens nobres e orientais, pastores e camponeses, com delicadeza e alto nível artístico, sendo de sua autoria a cena da “Casa dos Ricos”, a Tarantella, a Liteira, entre outros; Schettino dedicou-se na confecção de anjos, arcanjos e querubins, porém também apresenta uma produção expressiva de acessórios e acabamentos como as armas, bengalas, e alguns comestíveis; Celebrano, representou um dos mais admiráveis artistas na criação dos tipos humanos calvos e cheios de verrugas, entre outros.


 Em Verona,a Stella Cometa, uma obra com 70 metros de altura, indica o ingresso uma mostra de presépios de todo o mundo.   Foto: Veronissima

 Todos os artistas citados eram conhecidos como Figurinai, isto é, representavam grandes artistas napolitanos, cujas peças eram consideradas de altíssimo nível e, por essa razão, podiam somente serem adquiridas por reis e famílias nobres devido o alto custo. Em contrapartida, haviam os Pupazzari, artesãos romanos que, estimulados pelos trabalhos dos Figurinai, começaram a modelar figuras “pupazzi” para presépios.

Eles contribuíram muito para a difusão dos presépios, pois ao contrário dos artistas napolitanos, suas figuras apresentavam preços mais acessíveis, penetrando nas camadas mais populares.

Redação revista eletrônica Oriundi

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