quarta-feira, 28 de julho de 2010

Quadro inédito não é um Caravaggio

Roma - Especialistas italianos foram unânimes a respeito do quadro "O martírio de São Lourenço", encontrado em uma propriedade dos jesuítas, e desmentiram ser uma obra de Caravaggio, o criador das trevas da pintura barroca do século XVII.

Depois do parecer negativo do diretor da Pinacoteca Vaticana, Antonio Paolucci, publicado no dia 26 pelo jornal vaticano L'Osservatore Romano - o primeiro a atribuir a pintura ao grande mestre italiano, outros peritos também endossaram essa avaliação.

A obra, que estava em um péssimo estado de conservação, suja e escurecida pelo tempo, é parte do precioso acervo artístico dos jesuítas acumulado em quase cinco séculos de vida (a ordem foi fundada por Santo Inácio de Loiola em 1534), do qual eles próprios ignoram a quantidade, consistência e muitas vezes a origem e autoria das obras.

O quadro em questão mostra o santo espanhol, que foi diácono de Roma, sobre uma grelha, instrumento de seu martírio. Alguns detalhes, como uma de suas mãos, são de uma qualidade notável, mas outros revelam um pincel menos inspirado, pelo qual os especialistas determinaram que se trata de uma obra de um seguidor ou de um imitador de Caravaggio, certamente do sul da península, e arriscam da região entre Sicília e Malta, ou talvez da Campania.

"O interesse despertado pela obra nos pareceu impróprio, disse a ordem dos jesuítas, e por isso mesmo decidimos submeter a obra a peritos". Entre estes, o toscano Gianni Papi, que é o curador da principal exposição em curso em Florença sobre os Caravaggeschi, sugere como possíveis autores Michele Cassarino e o siciliano Marco Minniti (amigo de Caravaggio).

Em setembro se farão as pesquisas diagnósticas, que estarão a cargo de Beatrice De Ruggeri e que custarão entre € 2.500 e € 3 mil e algumas semanas de muito trabalho. Também se investigará a origem do quadro, de propriedade dos jesuítas
 
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