quinta-feira, 21 de abril de 2011

Coliseu recupera suas cores originais

Roma - O Coliseu romano começou a recuperar suas cores originais graças a um projeto de restauração de dois anos e meio, o que já lhe permite ostentar 14 pilares internos do primeiro andar, com seus mármores em belos tons de cinza e ocre, sem a camada de poeira e poluição.

O monumento mais antigo e mais visitado da Itália será recuperado graças aos € 25 milhões doados pelo empresário do calçado Diego Della Valle.

Os primeiros € 400 mil da doação começaram a ser usados na limpeza de 14 pilares internos do primeiro andar do monumento, que revelou as belíssimas tonalidades de cinza e ocre do mármore romano e até alguns veios vermelhos.

As causas principais do escurecimento das pedras do Coliseu são a fumaça dos escapamentos dos 2.300 veículos que circulam no local nos horários de pico e as instalações de aquecimento urbano.

A sujeira começou a se acumular no monumento na década de 30 do século passado, quando se decidiu demolir parte do Fórum Romano, para dar lugar à chamada Avenida do Império, que dividiu em dois o antigo centro político, comercial e religioso da Roma antiga.

Manchas pretas e marrons cobriam o Coliseu quase em sua totalidade, uma sujeira que até agora resistiu a toda e qualquer tentativa de limpeza.

Hoje, graças aos novos métodos que permitem limpar com nebulizadores de água pressurizada - associados a uma boa raspagem com escovas de nylon, é possível recuperar a cor original do edifício em uma média de seis horas por pilar e com um gasto previsto de € 400 mil.

Os restauradores negam que em dois anos se verá o Coliseu branco como as catedrais restauradas na França há meio século, por ordem do então ministro da Cultura do governo de Charles de Gaulle, André Malraux. Em Roma a operação se limitará a retirar a fuligem, mantendo a pátina do tempo, conforme declarou a responsável pela obra, Giovanna Bandini.

Após esta primeira etapa de limpeza no primeiro andar, onde se realizam exposições temporárias (a atual é dedicada até setembro ao imperador Nero), se restaurarão e consolidarão os corredores e hipogeus, os monumentos funerários subterrâneos do período pré-cristão, ao custo estimado em € 11,5 milhões.

Em seguida, se restaurará a fachada norte (€ 5,165 milhões), a mais exposta à poluição do ar e, na sequência, a fachada sul (€ 1,936 milhão).

Proceder-se-á então à substituição das grades que cobrem todos os portões do Coliseu (€ 1,680 milhão) e à modernização da iluminação interna e externa (€ 900 mil).

Até 2013, ou o mais tardar 2014, o Coliseu, o grande anfiteatro do período do Império Romano, construído no século I no centro da cidade, voltará a brilhar com suas cores antigas, mas sem abandonar a bonita pátina deixada pelo tempo, que atualmente está escondida sob a camada de poluição.

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imagem arquivo virtual Google

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