Roma - A oposição promoveu uma forte campanha para levar os eleitores a votar no referendo na Itália e, diante do que se revela como uma derrota acachapante para Silvio Berlusconi, não perdeu tempo para, quase em coro, pedir a renúncia do primeiro-ministro.
Contra os apelos do premier, que estimulava um boicote, 57% dos eleitores italianos foram às urnas no domingo e nesta segunda-feira e repeliram em massa (94% dos votos segundo números preliminares) as legislações de Berlusconi que fomentavam o uso da energia nuclear, a privatização dos serviços de água e a imunidade judicial para ministros.
Pierluigi Bersani, líder do Partido Democrata, classificou o dia como extraordinário e reiterou os pedidos para que Berlusconi renuncie.
- O governo se divorciou do país. Berlusconi tem que renunciar e abrir uma nova fase na política italiana - afirmou.
Os referendos precisavam de um comparecimento de mais de 50% para serem considerados válidos e atingiram a meta com facilidade. Considerava-se que os apoiadores das propostas tinham uma probabilidade maior de votar do que os que eram contrários a elas. O último referendo a obter o quórum necessário havia ocorrido em 1995. Depois disso, seis foram anulados.
De forma parecida a Bersani se manifestou Italo Bocchino, um dos líderes da ala direitista que se opõe ao premier.
- O resultado do referendo é claro, representa mais uma rejeição a Berlusconi. O governo tem que renunciar para limpar o quadro político - afirmou.
A derrota para Berlusconi é a segunda em semanas, depois que nas eleições locais seus aliados perderam o controle de cidades-chave na Itália.
Um voto de confiança no Parlamento em 22 de junho, destinado a testar a maioria do governo depois de uma reestruturação no mês passado, será o próximo termômetro que mostrará se Berlusconi tem apoio para cumprir seu mandato, previsto para terminar em 2013.
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