quarta-feira, 29 de junho de 2011

A vida dura dos excluídos de Roma

Por Alberto Trinchetta - Roma -  Toda noite, entre as luzes do centro da cidade, ou nas esquinas mais escuras da periferia de Roma, dormem ao ar livre em torno de 2.300 pessoas, às quais se somam 3.700 "sem teto" que encontram abrigo em vários centros de ajuda.

Este "exército de excluídos" faz parte dos 4% da população da capital italiana (100 mil pessoas, em um total de 2,7 milhões de habitantes) que vivem abaixo da linha da pobreza. Nenhuma delas consegue juntar os € 734 mensais necessários para adquirir os bens de primeira necessidade.

Esta é a dura realidade deixada pela crise econômica, que ainda assombra os italianos.

As estatísticas frias indicam que 2.300 pessoas dormem nas ruas todas as noites, outras 1.500 conseguem abrigo em estruturas paroquiais, religiosas ou associações de ajuda; outras 1.200 são atendidas em centros financiados pelo município e mil encontram refúgio em assentamentos espontâneos, isso sem considerar os ciganos que perambulam por Roma.

A comunidade religiosa romana de Santo Egidio, que se ocupa dos excluídos, fotografou este lado obscuro e pouco conhecido da capital italiana, sob o título de "1º Relatório sobre a Pobreza em Roma e no Lazio", registrando que em ambos os casos a taxa de desemprego está acima da média italiana: 8,5% na cidade e 8,1% na região, contra os 7,8% ao nível nacional.

Estes números surgem de uma situação ainda condicionada pela crise, embora seus impactos negativos tenham sido menores do que em outras regiões ou países europeus.

Na região do Lazio 6,6% da população declara não fazer uma boa refeição a cada dois dias e 38,8% das famílias afirmaram não poder sustentar gastos imprevistos além dos € 750. Muitas vezes, quando se fala de crise econômica, a palavra usura chega atrelada.
 
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