sábado, 9 de julho de 2011

Ignácio Loyola Brandão e Contardo Calligaris apoiam decisão de Tabucchi

Contardo Calligaris (imagem arquivo virtual Google)

Italiano cancelou ida à Flip em protesto contra a não extradição de Battisti.'Tomaria a mesma posição que ele', disse o psicanalista, nascido na Itália.

Do G1, em Paraty - O paulista Ignácio Loyola Brandão e o italiano radicado no Brasil Contardo Calligaris solidarizaram-se com o escritor italiano Antonio Tabucchi, que cancelou sua ida à nona edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Filp). A decisão aconteceu em função da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de não extraditar o italiano Cesare Battisti, acusado de assassinato em seu país.

Durante a mesa “Ficções da crônica”, mediada pelo jornalista e apresentador Cadão Volpato nesta sexta-feira (8), tanto o contista e romancista quanto o ensaísta e psicanalista demonstraram apoio ao autor ausente.

V"Se ainda morasse e estivesse na Itália, provavelmente tomaria a mesma posição que Tabucchi. Sou completamente solidário com sua decisão", disse Calligaris, nascido em Milão.

Loyola relembrou da amizade com o italiano concordando com Contardo. "Sou amigo de Tabucchi desde 1973. Vivi com ele, trabalhamos juntos e, naturalmente, ficamos amigos. Concordei com ele, e faria a mesma coisa. Não poderia ter outra atitude", comentou Loyola.

O autor também explicou um pouco sobre seu processo criativo. "Dou atenção principalmente aos pequenos personagens, os anônimos. Pego retratos, recorto momentos", comentou o escritor, que declarou "ódio" ao cineasta Woody Allen por um motivo bem peculiar

"Fiquei com muita raiva dele recentemnte. Assisti a seu último filme, 'Meia-noite em Paris'. E ele fez exatamente o que eu queria fazer", brincou Loyola. "De repente o filha da mãe conta uma história sobre Paris que é o meu filme. Eu vivi tudo aquilo. E esse cara colocou tudo na tela. É assim, me roubam as coisas".

Calligaris, que atualmente é cronista do jornal "Folha de S. Paulo", comentou às críticas que costuma receber por não escrever sobre aspectos negativos de suas experiências.

"No fundo, acho que a crítica, no sentido negativo, é sempre estéril. Não acho nenhuma graça em dizer para quem quer que seja 'não gostei disso ou daquilo'. O que me interessa é comunicar uma certa dimensão da minha experiência em ter visto um filme, peça ou ter lido um livro sob a ideia de que isso possa enriquecer, de alguma forma, que a outra pessoa pode ter daquele mesmo assunto", disse Calligaris.

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