Roma - O presidente do Senado italiano, Renato Schifani, afirmou que o plano de austeridade elaborado pelo governo será aprovado até a próxima quinta-feira.
"Acho que é necessário e indispensável dar um sinal de coesão do nosso país ao exterior, e é importante que a manobra possa ser votada até quinta-feira", disse Schifani.
Nesta terça-feira, o presidente do Senado se reuniu com líderes de bancada, que concordaram em aprovar o texto até o próximo dia 14.
Schifani contou ter recebido ligações nos últimos dias tanto de governistas quanto de oposicionistas, os quais pediram a rápida aprovação do plano no Senado.
Legendas oposicionistas como Partido Democrático (PD), União dos Democratas Cristãos e de Centro (UDC) e Itália dos Valores (IDV) apóiam que a votação no Senado ocorra ainda esta semana. Isso permitiria a Câmara dos Deputados aprovar o texto até domingo, de acordo com a senadora Anna Finocchiaro, do PD.
"Para a oposição, a aprovação definitiva até domino é importante, porque, assim, os mercados financeiros reabrem na segunda-feira com a manobra já aprovada", explicou a parlamentar.
Ela também informou que está prevista para a tarde de hoje uma reunião entre líderes da oposição e o ministro italiano da Economia, Giulio Tremonti.
A instabilidade em relação à economia italiana foi agravada por boatos envolvendo o nome de Tremonti, autor do plano de austeridade.
Denúncias apontam esquemas de corrupção entre o ministro e seu ex-conselheiro Marco Milanese.
Além disso, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, demonstrou publicamente que possui divergências com Tremonti. O chefe de Governo chegou a dizer que o ministro "acredita ser um gênio, para o qual todos os outros são cretinos".
O plano de austeridade prevê uma contenção de 1,5 bilhão de euros neste ano, 5,5 bilhões em 2012 e 20 bilhões nos anos seguintes, totalizando 47 bilhões de euros. Atualmente, a dívida italiana é de 120% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
O temor de que a Itália não cumpra seus compromissos fez a Bolsa de Milão fechar em queda nos últimos dois dias úteis.
Diante da situação, a chanceler alemã, Angela Merkel, telefonou a Berlusconi, para pedir que o pacote seja aprovado o quanto antes.
"Devemos responder aos mercados aprovando a manobra em tempo recorde e levando em conta as contribuições da oposição. O tempo corre contra nós", disse o ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini.
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