Roma - O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, afirmou hoje que não "vai se lapidar" pela oposição, ao pedir um voto de confiança na Câmara dos Deputados. "Estou aqui para pedir a renovação da confiança no governo, que tenho a honra de presidir. Um incidente parlamentar que a maioria tem responsabilidade e pelo qual peço desculpas se cura com um voto de confiança", disse o premier.
Berlusconi se referia ao "incidente" da reprovação, por parte do Parlamento, das contas do Estado de 2010. Ele destacou a "gravidade" do acontecimento, mas garantiu que não terá "consequências no plano institucional".
"Estou aqui. A Itália conseguirá. Não me farei lapidar pelas oposições", afirmou o premier italiano.
O chefe de Governo também disse que é importante que o Parlamento conceda o voto de confiança devido "aos riscos" que o país corre no âmbito econômico.
"Os tempos impostos pelos mercados não são compatíveis com os de certas liturgias da política", afirmou Berlusconi.
Ele ainda ressaltou que "este governo não tem alternativas e as eleições antecipadas não seriam uma solução aos problemas"
"Neste Parlamento há alguma pessoa de bom senso que realmente acredita que um governo técnico terá mais força que um governo legítimo, como este, diante das decisões difíceis impostas por esta crise?", questionou Berlusconi. A votação de confiança, que será a de número 56 da atual legislatura, está programada para a manhã desta sexta-feira. Caso não consiga o apoio do Parlamento, Berlusconi pode deixar o cargo.
A Itália atualmente enfrenta uma crise devido à dívida pública do país, que chegou a 120% do Produto Interno Bruto (PIB). O governo já aprovou dois pacotes de medidas de austeridade, que geraram descontentamento entre a população. A situação foi agravada por constantes divergências entre Berlusconi e o ministro da Economia, Giulio Tremonti.
Em seu discurso aos parlamentares, o premier chegou a dizer que o "coração do sistema bancário internacional está sob ataque dos mercados financeiros, ameaçando o euro, que é a pilastra da construção europeia".
Ao fim do discurso, que durou cerca de 20 minutos, Berlusconi foi aplaudido por exatos 13 parlamentares.
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