sexta-feira, 11 de maio de 2012

Café inspirado na Itália

Por Stefania Pelusi - Brasília   - Para quem não come carne, o desafio de Marina Corbucci em lançar o primeiro café vegano de Brasília

O Café Corbucci nasceu do sonho de pessoas que sentiam falta de opções veganas — sem proteína animal — saborosas e atrativas em Brasília. Mais do que uma dieta alimentar, o veganismo é um tipo de ativismo sócio-ambiental que ganha novos adeptos a cada dia. Os seguidores dessa filosofia de vida não ingerem nenhum alimento que tenha causado sofrimento a animais, assim como também não utilizam roupas e acessórios que passem pelo mesmo processo, como couro, mel ou casacos de pele.  
 
Segundo a sócia-proprietária Marina Corbucci, vegetariana há 11 anos e vegana há quatro, o veganismo não é uma dieta, e sim uma escolha que se estende além da alimentação e que implica o consumo da vida em geral. 
 
— O veganismo busca excluir o consumo diário de produtos que explorem os animais. Eu, por exemplo, sempre fui envolvida com ativismo para defender os direitos dos animais.
 
A maioria dos restaurantes vegetarianos de Brasília abre para o almoço, enquanto a ideia do Café Corbucci é preencher a escassa oferta noturna. Por isso, o restaurante abre após as 17h. 
 
No menu, a criatividade toma conta das receitas. No pão sem queijo, a batata entra no lugar do laticínio. Há uma oferta variada com salgados, quiches com massa crocante, farinha integral e castanha do Pará, recheios cremosos à base de tofu ou de queijo de castanha de caju, sanduíches de seitan (carne de glúten), 
 
hambúrguer de feijão preto, tapiocas e falafel. Além de seitan e tofu para substituir as proteínas animais, o Café Corbucci usa o tempeh que, por ser um derivado de soja fermentada, é absorvido com mais facilidade pelo organismo. Em vez de refrigerante, há sucos naturais, vinhos, cervejas internacionais, cachaças e cafés com leite de soja orgânico ou de amêndoas. A cada dia, o sabor do salgado, da quiche, da sopa e da sobremesa é modificado, de modo que o cliente possa sempre experimentar novos pratos.

A inspiração na culinária italiana
 
A ítalo-brasileira lembra-se da viagem à Itália em 2006 com a sua mãe, Eliana, que estuda italiano. Juntas, visitaram Roma, Nápoles e arredores, e a Sicília. 
 
— A Itália foi um dos lugares que mais me fascinaram, onde eu comi a melhor pizza da minha vida, em restaurante familiar e pouco turístico, perto de Nápoles. O pizzaiolo jogava a massa para cima e pegava na mão. Foi maravilhoso! A gente comia pizza todos os dias porque era sensacional — recorda.
 
A culinária italiana serve de inspiração, conta. Um de seus projetos é servir pizza, massa fresca sem ovos e lasanha vegetal, que ela prepara com camada de massa de grano duro, queijo de castanha de caju, molho de tomate com vários legumes, ervas e tempeh.
 
Formada em Psicologia pela Universidade de Brasília, descobriu a paixão pela gastronomia depois de uma viagem a Barcelona, onde comprou pela primeira vez tofu, seitan e os primeiros livros de receitas vegetarianas. 
 
Em 2008, Marina começou a fazer pratos em casa e desenvolveu vários deles estritamente veganos. Também dava aulas de culinária personalizadas nas casas das pessoas e orientava quem estava em transição para o vegetarianismo ou o veganismo. 
 
— Outra viagem importante fiz em 2009, quando fui convidada por um casal de amigos, os meus atuais sócios do restaurante, a visitá-los nos Estados Unidos, onde passei três meses pesquisando o mercado. O país é o paraíso dos veganos, com muita variedade. Eles estão em um nível de desenvolvimento alto a ponto de imitar perfeitamente a textura de uma carne, sendo vegetal.
 
Marina Corbucci conta que o seu sonho era ter um negócio, mas que a sua ideia original era abrir uma coisa menor. Porém, o Café Corbucci tornou-se “muito maior” do que ela queria. 
 
— Queria uma cozinha para fazer as encomendas ou uma lanchonete pequena. O local acabou se tornando maior, pois a demanda do público foi muito grande — explica, satisfeita, Marina, que gostaria de ter mais tempo para as suas viagens culinárias e para os seus quatro cachorros — também veganos.   
 
http://www.comunitaitaliana.com

Um comentário:

Gentileza gera gentileza disse...

Para o Bem não existem fronteiras... pela Libertação Animal Já parabéns para vocês que ajudam a conscientizar outros humanos. Abraços, Tanira