Por Stefania Pelusi - Brasília
- Para quem não come carne, o desafio de Marina Corbucci em lançar o primeiro café vegano de Brasília
O
Café Corbucci nasceu do sonho de pessoas que sentiam falta de opções
veganas — sem proteína animal — saborosas e atrativas em Brasília. Mais
do que uma dieta alimentar, o veganismo é um tipo de ativismo
sócio-ambiental que ganha novos adeptos a cada dia. Os seguidores dessa
filosofia de vida não ingerem nenhum alimento que tenha causado
sofrimento a animais, assim como também não utilizam roupas e acessórios
que passem pelo mesmo processo, como couro, mel ou casacos de pele.
Segundo
a sócia-proprietária Marina Corbucci, vegetariana há 11 anos e vegana
há quatro, o veganismo não é uma dieta, e sim uma escolha que se estende
além da alimentação e que implica o consumo da vida em geral.
— O
veganismo busca excluir o consumo diário de produtos que explorem os
animais. Eu, por exemplo, sempre fui envolvida com ativismo para
defender os direitos dos animais.
A
maioria dos restaurantes vegetarianos de Brasília abre para o almoço,
enquanto a ideia do Café Corbucci é preencher a escassa oferta noturna.
Por isso, o restaurante abre após as 17h.
No
menu, a criatividade toma conta das receitas. No pão sem queijo, a
batata entra no lugar do laticínio. Há uma oferta variada com salgados,
quiches com massa crocante, farinha integral e castanha do Pará,
recheios cremosos à base de tofu ou de queijo de castanha de caju,
sanduíches de seitan (carne de glúten),
hambúrguer de feijão preto,
tapiocas e falafel. Além de seitan e tofu para substituir as proteínas
animais, o Café Corbucci usa o tempeh que, por ser um derivado de soja
fermentada, é absorvido com mais facilidade pelo organismo. Em vez de
refrigerante, há sucos naturais, vinhos, cervejas internacionais,
cachaças e cafés com leite de soja orgânico ou de amêndoas. A cada dia, o
sabor do salgado, da quiche, da sopa e da sobremesa é modificado, de
modo que o cliente possa sempre experimentar novos pratos.
A inspiração na culinária italiana
A
ítalo-brasileira lembra-se da viagem à Itália em 2006 com a sua mãe,
Eliana, que estuda italiano. Juntas, visitaram Roma, Nápoles e
arredores, e a Sicília.
— A
Itália foi um dos lugares que mais me fascinaram, onde eu comi a melhor
pizza da minha vida, em restaurante familiar e pouco turístico, perto
de Nápoles. O pizzaiolo jogava a massa para cima e pegava na mão. Foi
maravilhoso! A gente comia pizza todos os dias porque era sensacional —
recorda.
A
culinária italiana serve de inspiração, conta. Um de seus projetos é
servir pizza, massa fresca sem ovos e lasanha vegetal, que ela prepara
com camada de massa de grano duro, queijo de castanha de caju, molho de
tomate com vários legumes, ervas e tempeh.
Formada
em Psicologia pela Universidade de Brasília, descobriu a paixão pela
gastronomia depois de uma viagem a Barcelona, onde comprou pela primeira
vez tofu, seitan e os primeiros livros de receitas vegetarianas.
Em
2008, Marina começou a fazer pratos em casa e desenvolveu vários deles
estritamente veganos. Também dava aulas de culinária personalizadas nas
casas das pessoas e orientava quem estava em transição para o
vegetarianismo ou o veganismo.
—
Outra viagem importante fiz em 2009, quando fui convidada por um casal
de amigos, os meus atuais sócios do restaurante, a visitá-los nos
Estados Unidos, onde passei três meses pesquisando o mercado. O país é o
paraíso dos veganos, com muita variedade. Eles estão em um nível de
desenvolvimento alto a ponto de imitar perfeitamente a textura de uma
carne, sendo vegetal.
Marina
Corbucci conta que o seu sonho era ter um negócio, mas que a sua ideia
original era abrir uma coisa menor. Porém, o Café Corbucci tornou-se
“muito maior” do que ela queria.
—
Queria uma cozinha para fazer as encomendas ou uma lanchonete pequena. O
local acabou se tornando maior, pois a demanda do público foi muito
grande — explica, satisfeita, Marina, que gostaria de ter mais tempo
para as suas viagens culinárias e para os seus quatro cachorros — também
veganos.
http://www.comunitaitaliana.com
Um comentário:
Para o Bem não existem fronteiras... pela Libertação Animal Já parabéns para vocês que ajudam a conscientizar outros humanos. Abraços, Tanira
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