quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Consulado convoca italianos que vivem no Brasil para votar

Eleições parlamentares definirão novo premiê, senadores e deputados.
No Brasil, votos devem ser entregues até 16h de 21 de fevereiro
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Do G1, em São Paulo

O consulado italiano no Brasil anunciou nesta terça-feira (29) que, a partir do dia 6 de fevereiro, os 270 mil italianos que vivem no país estarão aptos a votarem nas eleições parlamentares que definirão o novo premiê da Itália, senadores e deputados.

Segundo um comunicado do consulado sediado no Rio de Janeiro, "as cédulas de votação serão enviadas para os eleitores, pelo correio, até o dia 6 de fevereiro e devem ser preenchidas e entregues ao consulado até às 16h do dia 21 de fevereiro de 2013. O envelope é selado e entregue em branco contendo a certidão eleitoral, as instruções necessárias para votação, a lista de candidatos da própria jurisdição e o endereço da representação consular; para onde a ficha eleitoral deve ser encaminhada."

O consulado também avisa que quem não receber o envelope até 10 de fevereiro deve "dirigir-se ao Consulado para verificar sua situação eleitoral e, eventualmente, solicitar uma duplicata."

A volta de Berlusconi?
O quatro vezes primeiro-ministro Silvio Berlusconi ampliou sua alta nas pesquisas italianas, aumentando as chances de que o Partido Democrático, de centro-esquerda, agora liderando a corrida, tenha que buscar um pacto com o bloco do atual premiê, o tecnocrata Mario Monti, de centro.

Segundo a agência de notícias Reuters, sua recuperação se segue a uma blitz em praticamente todo programa de debate televisivo na Itália, onde o bilionário de 76 anos mesclou ataques furiosos contra o governo tecnocrata de Monti, a Alemanha e a esquerda, prometendo restaurar o crescimento e descartar um odiado tributo sobre propriedades.

Seu crescimento é uma reminiscência de 2006, quando o extravagante showman recuperou 10 pontos percentuais e quase roubou de Romano Prodi o que parecia ser uma vitória garantida a um mês das eleições.

Uma pesquisa divulgada no dia 18 mostrou que a aliança entre o centro-esquerda Partido Democrático e o partido esquerdista Esquerda, Ecologia, Liberdade estava com 33%, abaixo dos 34,9% de uma semana atrás, com a aliança de Berlusconi com 27,2% e o bloco de Monti com 13,7%.

Berlusconi cumprimenta o premiê italiano, Mario Monti, em evento do dia do Holocausto em Milão neste domingo (270 (Foto: Antonio Calanni/AP) 
Berlusconi cumprimenta o premiê italiano, Mario Monti, em evento do dia do Holocausto em Milão neste domingo (27) (Foto: Antonio Calanni/AP)
 
Se este resultado se confirmar, a centro-esquerda teria uma maioria sólida na Câmara Baixa. Mas, devido a peculiaridades da legislação eleitoral, Berlusconi poderia perder para a centro-esquerda na contagem nacional e ainda obter cadeiras suficientes no Senado, onde o voto é calculado região por região, impedindo Bersani de obter uma maioria na Câmara Alta.

Isso importa porque a legislação na Itália deve ser aprovada em ambas as Casas. A centro-direita tradicionalmente controla a maioria das regiões populosas da Itália, como a Lombardia, o Vêneto e a Sicília, que recebem mais cadeiras no Senado.

Isso significa que a centro-esquerda, mesmo que acumule uma pequena maioria no Senado, poderia buscar o apoio de Monti na Câmara Alta para evitar uma repetição do segundo mandato condenado de Prodi, que terminou depois que sua frágil maioria entrou em colapso.

Ex-comissário europeu, Monti recebeu o crédito de investidores e credores estrangeiros por ter restaurado a credibilidade da Itália, e qualquer papel que tenha em um governo futuro provavelmente será bem recebido pelos mercados.

Monti e Bersani evitam comentar diretamente a possibilidade de criarem uma aliança, mas deram indícios de que podem estar prontos para trabalhar nisso depois da eleição de 24 e 25 de fevereiro, e o avanço de Berlusconi está tornando isso mais provável.

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