sexta-feira, 4 de outubro de 2013

ONU denuncia repressão à imigração ilegal após tragédia na Itália

Da France Presse



A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou nesta quinta-feira (3) a política repressiva adotada contra imigrantes ilegais, em um diálogo sobre o tema iniciado na Assembleia Geral, em Nova York, no mesmo dia em que uma tragédia custou a vida de mais de 100 africanos clandestinos na Itália.

"Tratar a imigração clandestina unicamente com medidas repressivas pode provocar essas tragédias. Essas mortes poderiam ter sido evitadas", afirmou o relator especial da ONU sobre os Direitos dos Migrantes, François Crépeau, ao referir-se ao naufrágio de uma embarcação repleta de africanos que tentavam chegar à ilha italiana de Lampedusa, na costa da Sicília.
Mapa naufrágio lampedusa (Foto: Arte/G1)
Nesta quinta, temia-se que o número de mortos ultrapassasse 300 pessoas, em uma das mais graves tragédias de imigrantes na Itália.

Em seu discurso na abertura dos dois dias de debates sobre migrações internacionais na Assembleia Geral da ONU, Crépeau questionou a "criminalização da imigração clandestina" e denunciou uma "paranoia" alimentada pelos políticos.

Crépeau lembrou que "todos os imigrantes, em virtude de sua dignidade humana sem discriminação, estão protegidos pela lei internacional dos direitos humanos, em igualdade de condições com os cidadãos, sem que seu status administrativo ou situação importem".
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um apelo para que sejam adotadas medidas de proteção aos direitos dos milhões de imigrantes e de reconhecimento às contribuições desse grupo para a sociedade.

"É nossa responsabilidade coletiva tornar a imigração benéfica tanto para os imigrantes quanto para os países", afirmou Ban Ki-moon. Segundo a ONU, há pelo 232 milhões de imigrantes internacionais.

Na quarta-feira (2), o Banco Mundial (BM) anunciou que imigrantes procedentes de países em desenvolvimento enviarão remessas de US$ 414 bilhões (R$ 912 bilhões) em 2013, 6,3% a mais que no ano passado.

O BM afirmou que essas transferências foram "importantes" em todo o planeta, com exceção da América Latina e do Caribe, vítimas da "debilidade econômica" nos Estados Unidos.

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