Manifestantes protestaram contra prisão de integrantes da banda Pussy Riot (foto: ANSA)
Roma - Uma visita suspensa entre o sagrado e o "profano",
entre encontros institucionais e outros com velhos amigos. Como era de
se esperar, a visita do presidente da Rússia, Vladimir Putin, à Roma foi
repleta de destaques. Primeiro uma audiência com o papa Francisco, com
quem conversou sobre a crise na Síria, depois uma reunião com o
presidente da Itália, Giorgio Napolitano. Em meio a isso, um compromisso
com um velho conhecido, o ex-premier Romano Prodi, e fechando o dia, um
encontro com o amigo de sempre, Silvio Berlusconi.
Mas a viagem de Putin à capital italiana não chamou a atenção
apenas pelo seu conteúdo. Além de guarda-costas e agentes do serviço de
segurança, acompanharam o mandatário russo pela cidade algumas dezenas
de manifestantes que pediam a libertação de Nadezhda Tolokonnikova e
Maria Aliokhina, integrantes da banda Pussy Riot detidas desde fevereiro
de 2012. Elas foram presas por cantar uma "oração" punk na catedral do
Cristo Salvador de Moscou, pedindo à Virgem Maria para tirar o então
primeiro-ministro e atual presidente da Rússia do poder.
A primeira etapa do roteiro foi a reunião no Vaticano com o
Pontífice, para quem o mandatário se apresentou com a sua nova imagem de
"líder anti-conflito". No centro do encontro, que durou 35 minutos,
esteve a vontade de alcançar a paz na Síria, com um aceno sobre "a
urgência de acabar com a violência" e de "incentivar medidas concretas
para uma solução pacífica do conflito", segundo uma nota divulgada pela
Santa Sé, recordando que a situação dos cristãos em diversas áreas de
combates no planeta também foi discutida.
Após a audiência com o Papa, Putin esteve por 40 minutos com
Prodi, de quem é amigo de longa data, para depois dirigir-se a
Napolitano. E apesar do tempo contado, o presidente da Rússia não abriu
mão de um jantar na casa de Berlusconi. O Cavaliere se pronunciou para
desmentir boatos de que a Rússia iria conceder a ele um passaporte
diplomático para restituir totalmente sua liberdade de movimento. "É uma
hipótese que eu nunca considerei. Eu sou 100% italiano e não quero
escapatórias estrangeiras", disse o ex-primeiro-ministro, a menos de
dois dias da votação que vai definir se ele será cassado ou não no
Senado. (ANSA)
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