sexta-feira, 26 de junho de 2015

Renzi entra em conflito com regiões por crise imigratória

Catânia -  O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, teve uma reunião nesta quinta-feira (25) com prefeitos e governadores italianos para explicar as linhas do governo na crise imigratória. Porém, os apelos do premier encontraram rejeição entre os líderes das regiões.

Ao abrir o encontro, o político afirmou que "sobre o tema do acolhimento são necessárias soluções que respondam a requisitos éticos e critérios de razoabilidade" e que "aqueles que pedirem asilo serão acolhidos, já os imigrantes econômicos serão mandados de volta".

Para o governador da Lombardia, Roberto Maroni, as conversas de hoje não deram nenhuma resposta aos governos locais. "O encontro foi absolutamente decepcionante e inútil. Nenhuma resposta concreta para os problemas. Continua o caos na imigração", destacou ao fim da reunião.

Já o governador da região do Vêneto, Luca Zaia, foi mais incisivo e disse que "os prefeitos devem se rebelar, respeitar os limites dos territórios e não responder mais aos telefonemas do governo". As duas regiões são as que mais estão recebendo o fluxo de estrangeiros.

Apesar da rejeição, Renzi apelou para que os italianos fiquem unidos nessa questão. "Para nós, os imigrantes no meio do mar precisam ser salvos. Estamos orgulhosos e gratos por tudo aquilo que a Itália já vez. Mas, ainda há divisões na Europa e quanto mais nosso país se mostrar compacto, melhor vai ser. É preciso tentar encontrar juntos uma solução para o problema", disse o premier.

O encontro ocorre poucas horas antes da reunião do Conselho Europeu - que reúne os chefes de Estado e governo dos membros da UE - que tentará encontrar uma solução em bloco para a crise imigratória. Ontem (24), como uma introdução ao tema, Renzi publicou um artigo em jornais de todo o continente dizendo que - se for necessário - a Itália liderará sozinha os resgates no Mar Mediterrâneo.

Só nos últimos três dias, a Guarda Costeira italiana resgatou mais de três mil pessoas que chegaram ao país através de barcos clandestinos. (ANSA)

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