ROMA - A Itália deu início nesta quinta-feira a um ‘megajulgamento’ contra os supostos chefes de um esquema mafioso com ramificações em quase todos os setores da prefeitura de Roma. O caso é tido como um dia histórico para a luta contra o crime organizado.
O caso foi revelado em dezembro de 2014 com a prisão de 37 pessoas, entre eles políticos que vão da esquerda à direita. Ao menos cem pessoas comparecerão diante do tribunal em mais de 130 audiências.
No total, 46 pessoas deverão comparecer diante do tribunal por supostamente fazerem parte de uma rede de criminosos, empresários, funcionários e políticos de vários partidos formada a partir das licitações públicas de Roma em setores como imigração, refugiados, limpeza urbana e lixo. O principal acusado é Massimo Carminati, ex-terrorista de extrema-direita com longa trajetória criminosa.
— Este é um miniprocesso, manipulado pela imprensa. Isto não é máfia, é só corrupção. Este país está murcho, moralmente murcho — ironizou Bruno Naso, advogado de Carminati, mais conhecido como "O caolho" por ter perdido um olho em um confronto com a polícia.
Carminati e sua mão direita, Salvatore Buzzi, chefe de cooperativas que trabalham para a prefeitura, deverão responder por associação mafiosa, corrupção, usura, extorsão e alteração de leilões.
A batalha judicial deverá determinar se a rede criminosa romana pode ser comparada à siciliana Cosa Nostra, à Camorra napolitana ou à 'Ndranghetta calabresa. No caso de uma condenação por máfia, penas são muito mais severas, com detenção a ser cumprida em prisão de segurança máxima.
O escândalo repercutiu na recente saída do prefeito de Roma, Ignazio Marino, acusado, entre outras coisas, de incapacidade para limpar a prefeitura de escândalos.
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