<-- Zanon, o construtor de igrejas
Aos 88 anos, o imigrante italiano ainda trabalha em projetos de templos e vitrais para espalhar sua arte pelo país. Emílio Benvenuto Zanon, 88 anos, chegou ao Estado com as levas de famílias italianas do início do século passado. Além da paixão pelo vinho, pela culinária e pela música, este imigrante de sorriso fácil e bom humor trouxe para a cidade de Guaporé, na Serra gaúcha, o gosto pelas artes. A paixão, que começou na pintura de casas e pequenas capelas, resultou no desenvolvimento de projetos de prédios e vitrais de cerca de 240 igrejas espalhadas por todo Brasil.A idade avançada não tira o ânimo pelo trabalho. Todas as manhãs, Zanon se debruça sobre papéis e, de caneta em punho, desenha mais uma de suas criações. A paixão pelo desenho começou por acaso. - Trabalhava como vendedor de bananas e engraxate. Comecei como pedreiro, mas não me dei bem. Aí, passei a pintar casas - relembra.
Aos poucos, a fama do pintor de Guaporé se espalhou pela região e Zanon fez nome. Os dotes artísticos do imigrante foram parar no ouvido de padres das colônias recém instaladas. A primeira capela pintada - ele desenhava imagens de santos e passagens da Bíblia nas paredes dos templos religiosos - foi feita no interior do município de Casca, norte do Estado. - Depois que pintei aquela capela apareceu um monte de pedidos. Aí, usei meus conhecimentos em construção e comecei, além de pintar, a projetar igrejas. Com o passar dos anos, a falta de vidro para os vitrais dos templos o fez investir em uma fábrica. A indústria funcionou por alguns anos e forneceu vitrais para igrejas de Brasil, Argentina, Paraguai e Itália. Além de confeccionar o vitral, era Zanon quem desenhava as imagens que seriam pintadas no vidro.
Aos poucos, a fama do pintor de Guaporé se espalhou pela região e Zanon fez nome. Os dotes artísticos do imigrante foram parar no ouvido de padres das colônias recém instaladas. A primeira capela pintada - ele desenhava imagens de santos e passagens da Bíblia nas paredes dos templos religiosos - foi feita no interior do município de Casca, norte do Estado. - Depois que pintei aquela capela apareceu um monte de pedidos. Aí, usei meus conhecimentos em construção e comecei, além de pintar, a projetar igrejas. Com o passar dos anos, a falta de vidro para os vitrais dos templos o fez investir em uma fábrica. A indústria funcionou por alguns anos e forneceu vitrais para igrejas de Brasil, Argentina, Paraguai e Itália. Além de confeccionar o vitral, era Zanon quem desenhava as imagens que seriam pintadas no vidro.
Os vitrais da Catedral de Brasília - projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer - foram feitos na fábrica de Zanon, depois de desenhados pela artista francesa Marianne Peretti. - Pra mim é um prazer saber que meu trabalho foi parar em lugares tão importantes - diz. Em crise, o negócio teve fim em 1994. Com a fábrica fechada, Zanon passou a se dedicar aos desenhos de igrejas e à confecção de vitrais em pequena escala. Foi aí que nasceram projetos de templos religiosos importantes como a Catedral de Foz do Iguaçu (PR). Ele foi escolhido como projetista depois de concorrer com outros 30 planos de todo país.Quem acompanhou seu trabalho enaltece as qualidades artísticas do imigrante construtor de igrejas.
De acordo com o bispo emérito da Diocese de Passo Fundo, dom Urbano José Allgayer, Zanon deu uma grande contribuição para a história da arte religiosa brasileira: - Ele é um homem de múltiplas funções. Fez grandes obras para a igreja. Só este ano, Zanon trabalha em pelo menos sete projetos, como o da igreja de Santa Luzia, localizada no bairro Cavalhada, em Porto Alegre.
Os projetos
Igrejas
Catedral de Toledo, Paraná
Basílica Menor Nossa Senhora Medianeira, Santa Maria (RS)
Igreja de Ibiaçá (RS)
Catedral de Foz do Iguaçu (PR, em construção)
Vitrais da fábrica
Catedral de Porto Alegre
Catedral de Brasília
Igreja de Itajaí (SC)
Catedral de Frederico Westphalen (RS)
Catedral de Cuiabá (MT)
Por Leandro Belles
Enviado por Mirna Lanius Borella Bravo









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