domingo, 19 de outubro de 2008

Berlusconi livra-se de julgamento em que era acusado de encobrir fraude

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, foi inocentado das acusações que vinha sofrendo sobre fraude. A Corte espanhola de última instância declarou que não há caso para se depor sobre irregularidades na compra e venda de direitos televisivos de sua empresa.

Berlusconi era acusado de encobrir fraude de impostos em torno de 108 milhões de euros (US$ 145 milhões), entre os anos de 1990 e 1993, quando era vice-presidente da Gestevision Telecinco, parte de seu grupo Fininvest. A Telecinco é um canal privado na Espanha e é subsidiária da Gestevision Telecinco.

O andamento da investigação, aberta em 1997, foi congelado quando Berlusconi tornou-se membro do Parlamento europeu e durante seu segundo mandado como primeiro-ministro entre 2001 e 2006 - o que lhe conferia imunidade.

Liderada pelo juiz espanhol Baltasar Garzon, que liderou a extradição do general chileno Augusto Pinochet, a abertura da investigação ocorreu quando Berlusconi perdeu as eleições em 2006.

Promotores alegam que a parte do premier no Telecinco, em 1990, excedia o máximo de 25% do direito de posse em um canal de televisão sob a Legislação espanhola, com estimativas de que Berlusconi possui perto dos 50% ou mais, via empresas no exterior (sem regulamentação).

Em julho, um juiz espanhol absolveu outras oito pessoas ligadas ao caso, incluindo o ex-presidente do Telecinco Miguel Duran e dois diretores da companhia Fininvest.

No início do mês, uma Corte em Milão suspendeu o julgamento sobre corrupção contra o político e magnata dos meios de comunicação, depois que o Parlamento aprovou uma nova lei em julho protegendo Berlusconi do processo.

Crise

No mesmo dia em que o premier travou uma luta contra a máfia na Itália, o subsecretário de Economia, Nicola Cosentino, foi acusado por cinco mafiosos arrependidos de ter favorecido os interesses da Camorra, a máfia napolitana.

Entre 1996 e agosto deste ano, cinco mafiosos que aceitaram colaborar com a Justiça afirmaram aos investigadores que Cosentino favorecia interesses do clã Casalesi, o mais poderoso da Camorra.

- Consentino me pediu para ajudá-lo com sua campanha eleitoral. Fiz muito por ele. Pedi a várias pessoas para votar nele. Quando pedia um favor, nunca me negava. Toda organização se ocupou de sua eleição - declarou Dario Simone, um dos chefes dos Casalesi.

JB/Portal Itália

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