Rede consular e reforma do sistema de representação dos italianos no exterior: 2010, o ano de realizar mudanças
Caros amigos e amigas, italianos e ítalo-brasileiros,
Como Vice-presidente do Comitê para os italianos no exterior, instituído pela Câmara dos Deputados na Itália, onde tenho a honra de representar nossos conazionali residentes na América do Sul, anunciei, durante a IV Conferência Itália-América Latina e último encontro do Conselho Geral dos Italianos no Exterior (CGIE), realizado recentemente em Milão, um projeto de minha autoria, no âmbito das propostas que reformulam o sistema de representação dos italianos no exterior.
No encontro, recordei aos presentes a aprovação, por unanimidade, na Comissão do Exterior da Câmara dos Deputados, da ordem do dia bi-partidária solicitando ao governo a imediata suspensão do plano de racionalização da rede consular e a real participação do Parlamento e de todo o sistema de representação dos italianos no exterior sobre os termos da referida operação.
O presidente do CGIE e as autoridades influentes dos estados sul-americanos, na ocasião, foram unívocos ao destacaram o papel importantíssimo das nossas coletividades no Continente e as extraordinárias oportunidades, daí decorrentes, que se apresentam ao nosso País, em termos de internacionalização comercial. Pecado que este esforço não seja acompanhado de uma adequada rede diplomática-consular - que hoje, ao contrário do esperado, dá claros e repetidos sinais de padecimento, e não só em matéria dos serviços prestados aos italianos, mas também no que diz respeito ao empenho cultural, onde estamos presentes de maneira pouco relevante, se comparada a outras grandes potências européias.
utro aspecto por mim apontado foi a relevância da participação dos italianos no exterior na ampliação do debate político-cultural do País, que tem, entre outros temas a serem tratados, o crescimento e desenvolvimento futuro, o crescente fenômeno dos “cérebros em fuga”, a discussão sobre a cidadania e o relacionamento com os países emergentes nos quais é forte a presença dos ítalo-descendentes.
Diante de tantos desafios há a necessidade de fortalecer as instâncias representativas dos italianos no exterior, tornando-as mais capilares, mais visíveis e ativas. Entretanto, infelizmente, o que emerge a partir da linha deste governo e, particularmente, do texto único sobre o Comites e CGIE, aprovado por pequeno grupo do Senado, é o oposto disso. Um projeto infeliz que une em uma única reforma Comites e CGIE , confundindo e sobrepondo as funções e prejudicando a autonomia de ambas as instâncias, "um projeto originado numa grave e equivocada precipitação sobre este tema no Parlamento, que não considerou as reais prioridades dos italianos residentes no exterior; um projeto que distancia nossas comunidades dos territórios, impedindo a formação de Comites em países como o Equador , Paraguai, Bolívia e confirma uma impressão eurocêntrica, desatualizada e perigosamente anti-democrática; um projeto que promove uma concentração absurda e perigosa de poder nas mãos de poucas pessoas que manipulam a seu bel prazer as nossas comunidades no estrangeiro.
Por todas estas razões prosseguiremos trabalhando para evitar que este texto de lei chegue em etapa deliberativa, antes de ser discutido e aprofundado. Além disso, iremos requerer, com firmeza e sem demora, que nos primeiros meses de 2010, sejam realizadas as eleições dos Comites, a fim de que sejam respeitados aqueles tantos jovens que há um ano participaram da Pré-conferência dos Jovens italianos no mundo, em Roma, e que têm o direito e dever de concorrer à renovação do nosso sistema de representação.
Aproveito para aqui manifestar, a você e a seus familiares, os meus votos de um Feliz Natal e próspero 2010, com muita saúde, paz e fraternidade, e agradecer pela confiança em mim depositada ao longo de 2009.
Deputado Fabio Porta
Roma, 15 de Dezembro de 2009.
Colaboração Mirna Lanius Borella Bravo - RS
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