terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Após sequestros, Itália diz que não negociará com Al-Qaeda


A Chancelaria italiana informou que está averiguando a veracidade da mensagem divulgada ontem, na qual a rede terrorista Al-Qaeda reivindica o sequestro de um casal de italianos na Mauritânia, ao mesmo tempo em que afirmou que não negocia com terroristas.


"Quem negocia com terroristas, ajuda o terrorismo", esclareceu hoje o ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, ao ser questionado sobre o tema.

Segundo Frattini, o país ainda não foi contatado diretamente pelo grupo terrorista, contudo, caso isto ocorresse e "nós disséssemos que negociaríamos, teríamos legitimado uma organização terrorista".

Frattini também esclareceu que não haverá "mudanças" na política externa da Itália. "Fazemos parte de uma aliança internacional", afirmou.

Na mensagem -- um áudio gravado no último domingo e divulgado hoje pela emissora Al-Arabya -- Slah Abu Mohammed, um dos porta-vozes da Al-Qaeda na região do Magreb, explica que o sequestro deve ser considerado uma resposta aos "crimes realizados pelo governo italiano no Afeganistão e no Iraque".

No site do canal de TV também há uma foto dos italianos -- identificados por Sergio Cicala, siciliano de 64 anos, e sua esposa, Philomene Kabore, originária de Burkina Faso e que tem cidadania italiana.

Na imagem, o casal -- que desapareceu no último dia 18 -- aparece em um local deserto acompanhado por cinco homens que têm os rostos cobertos e estão armados.

Sobre a estratégia da Itália, o chanceler preferiu não dar detalhes. "Se eu contasse as nossas ideias, colocaria em risco os nossos compatriotas e essa é a última coisa que iria fazer", considerou.

Ainda de acordo com Frattini, os italianos foram capturados "na zona mais perigosa da África subsaariana", onde opera uma célula da Al-Qaeda.

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