quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Exposição A Imprensa imigrante em São Paulo é prorrogada




O Memorial do Imigrante, instituição ligada à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, prorrogou o encerramento da exposição A Imprensa Imigrante em São Paulo. Agora, até o dia 24 de janeiro, o público terá a oportunidade de conhecer como eram produzidos os periódicos do século XIX e a trajetória de diversos jornais e revistas que tiveram e ainda possuem importantes influências, políticas, sociais e culturais na sociedade paulista. A curadoria é do historiador e jornalista, Marcelo Cintra.


A mostra conta com mais de 50 exemplares de jornais e revistas do século XIX, XX e XXI produzidos por pessoas das comunidades imigrantes em São Paulo, além de equipamentos originais antigos utilizados para a confecção dos impressos, como as máquinas de escrever, prensas, máquinas de impressão, pautadeira, linotipo e clichês utilizados na redação do Jornal Fanfulla, fundado pelo jornalista Vitaliano Rotellini em 1893.

Entre os impressos originais, reproduções e fotografias estarão o italiano - Fanfulla (1893), o português- Portugal Democrático (1956), o alemão- Deutsche Zeitung (1897), o espanhol - El Diário Español (1912), a revista tcheca - Slovan (1915), o primeiro jornal japonês - Shukan Nambei (1916), o árabe - Al Afkar (1903) o lituânio- Musu Lietuva (1948) e diversos italianos, espanhóis, búlgaros, tchecos, húngaros, lituanos, alemães, portugueses, árabes, da comunidade judaica, entre outros. A exposição também exibe ilustrações e caricaturas retratadas pelo desenhista, caricaturista e jornalista português, Rafael Bordalo Pinheiro no jornal O Mosquito (1875), um dos primeiros pasquins do país.

Segundo a coordenadora de Projetos do memorial do Imigrante, Soraya Moura a mostra é interativa e conta com o manuseio dos materiais. “Criamos um catálogo da exposição em formato de jornal que traça um panorama sobre a história e curiosidades dos periódicos expostos. Além disso, os visitantes poderão levar para casa exemplares que ainda circulam em São Paulo, como a revista Chams, da comunidade árabe, fundada na década de 50 e o jornal Mundo Luzíada criado em 1997 como um informativo para a colônia portuguesa. Todo o material de pesquisa utilizado para a produção da mostra será transformado em um livro com publicação prevista para 2010.”

De acordo com o curador Marcelo Cintra , a mostra é um resgate da história da imprensa em São Paulo. “Os impressos escritos em língua estrangeira e voltados para o público específico das comunidades imigrantes exerciam, ao lado das fundações, associações, clubes e igrejas, o papel de preservadores dos valores culturais e de inserção do imigrante no novo contexto social.

Hoje, na capital paulista ainda circulam mais de 30 títulos da imprensa imigrante que imprimem mais de 500 mil exemplares”, acrescenta Cintra.

Curiosidades

O Farol Paulistano (1827) foi o primeiro periódico publicado na cidade de São Paulo.

De 1870 até 1940 existiram 500 publicações italianas no Brasil, sendo quase 300 em São Paulo.

As primeiras publicações operárias em São Paulo foram escritas em italiano: Il Messagero, de Bertolotti, em 1891, e Gli Schiavi Bianchi em 1892, dirigido por Galileo Botti, seguidas por La Giustizia, em 1893.

Ofertas de emprego, moradia, serviços médicos, farmácias , remédios, hotelaria e comércio em geral ocupavam boa parte dos espaços reservados aos anúncios das publicações.

Exposição: A Imprensa Imigrante em São Paulo
Até 24/01
Local: Memorial do Imigrante
Rua Visconde de Parnaíba, 1.316, Mooca, perto do Metrô Bresser.
Tel.: (11) 2692.1866
Ingressos: R$ 4,00 e ½ entrada para estudantes (entrada gratuita no último  sábado do mês)
Aberto: De terça a domingo (inclusive aos feriados).
Horário: 10h às 17h

Redação revista eletrônica Oriundi
http://www.memorialdoimigrante.org.br/

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