Em agosto a Itália praticamente pára. É o principal mês de férias (além de julho e setembro, para os estudantes), e o dia 15 é o feriado nacional, chamado FERRAGOSTO. Além de festejar o dia de férias por 'excelência', se celebra a festa da Assunção da Virgem Maria.
“Ferragosto” vem do latim “Feriae Augusti” (repouso de Augusto) e é una festa popular na Itália que vem desde os tempos antigos, quando se festejava o fim dos trabalhos agrícolas. Nessa semana inteira, em diversos lugares, nada funciona, nada abre e tudo é festa!!!
Originalmente “Ferragosto” não era uma festa limitada ao dia 15, mas durava todo o mês, quando o primeiro imperador romano instituiu as “feriae Augusti”, ou seja, a festa em honra a Augusto, que se unia às celebrações religiosas que ocorriam nesse mês, como aquelas do dia 13 dedicadas à deusa Diana, ligada à vida dos bosques, às fases lunares e à maternidade.
A essa festa era permitido participar tanto os patrões quanto os servos, sem que, ao menos por um dia, existissem diferenças sociais. As mulheres, durante todo o ano, penduravam no interior do templo tabuletas votivas e consagravam à deusa as próprias vestimentas, para obterem dela um parto fácil e feliz. No mesmo período ocorriam festas em honra a outras divindades e todas as festas ligadas à prosperidade e fertilidade da natureza assim como da mulher.
Hoje, o que se vê são filas e mais filas de carros pelas auto-estradas, praias (e não só) super lotadas, e muita diversão. Além de um calor maravilhoso!
Esse feriado, comemorado no dia 15 de agosto, no meio do verão, também é sempre lembrado pelos turistas católicos por ser o dia que a Igreja Católica escolheu para celebrar a festa da Assunção de Maria, episódio no qual a mãe de Jesus, a virgem Maria, teria subido aos céus.
A data que foi escolhida já era comemorada mesmo antes da Igreja Católica se tornar a religião oficial do Império Romano. Na antiguidade esse era o dia representativo do fim das colheitas, e era chamado de “Consualia”, em homenagem ao deus Conso, o protetor da agricultura. Depois, passou a ser celebrada como “augustali”, em honra ao imperador Otavio Augusto.
Até hoje o “Ferragosto” é um dia muito importante e muito celebrado na Itália e a semana na qual ele cai é emendada como feriado. O mês todo, por sinal, é bastante agitado, já que quase todos os setores da economia estão de férias. Em relação à cidadania, devo destacar e recomendar que não é interessante ninguém visitar Roma nesta época, pois até os “vigille urbani” (os guardas municipais) estão de férias...As estradas estão paradas, nada se move. Um mar de carros cobre cada pedaço de asfalto, um odor acre, exalado da centopéia automobilística, sugere não haver vida dentro dos veículos, cujos ocupantes teriam morrido (provavelmente) de impaciência ou pelo calor saariano que os ventos africanos sopram.
A Europa arde sob o sol e o país se divide em dois: a Itália das férias e a Itália em férias. A Itália em férias não existe, com os bares fechados, as padarias fechadas, as farmácias fechadas, as bancas de jornais fechadas. Enfim, a cidade está toda fechada. Somente as piscinas públicas estão abertas, mas os funcionários te olham com tanta desaprovação que você não consegue esquecer, nem por um minuto ,de que eles também não viajaram de férias e, pior: estão ali trabalhando para te servir!
A cena se repete em quase todas as cidades entre o mar e a montanha. As únicas exceções são Roma e Florença, por causa do grande fluxo turístico que não para apesar do calor abafado. Mas encontrar um restaurante aberto requer paciência, espírito aventureiro e muita fome. Quando forem programar suas viagens à Itália, lembrem-se: evitem o mês de agosto e seu dia 15.
Extraído do http://albertofioravanti.spaceblog.com.br/
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