segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Culinária - curiosidades da Itália

Abruzzo
A uva montepulciano dá origem ao vinho mais famoso da região.

A capital é L'Áquila, que muita gente se lembra por causa do lamentável terremoto ocorrido em 2009. Apesar disso, Abruzzo é considerada uma região festiva. Diz a tradição popular que nos banquetes oferecidos nas festas de casamento os convidados recebem cestos para, no decorrer do festim, coletar tudo o que não conseguem comer. Depois, levam essas comidas para casa. Quanto maior o “farnel”, mais elogiado é o cozinheiro. Essa é uma das tradições gastronômicas da região repleta de montanhas e colinas, e de onde quase todos vão acabar por desaguar no mar Adriático. Assim, a culinária local usa os recursos da terra e do mar.

O livro Culinária Itália – Especialidades Italianas classifica a cozinha de Abruzzo como “jovial, alegre e diabolicamente picante”. Exceto pelos doces, quase tudo se tempera com peperoncino. A pimentinha vermelha moída também é chamada de diavolino (diabinho). O clima predominantemente frio favorece essas receitas apimentadas e o consumo de uma aguardente chamada Centerbe, feita de ervas aromáticas. O vinho Montepulciano d’Abruzzo é conhecido mundialmente. Queijos, muita carne de cordeiro (agnello, abatido entre nove e doze semanas) e massas caseiras completam a fotografia da região que tem, no vale do Rio Sangro, em Chieti, uma espécie de centro gastronômico.

No capítulo doces, o destaque é a cidade de Sulmona, tida como a capital dos confeitos multicoloridos, muitas vezes embalados um a um e presença certa em festas de casamento, batizados e afins. As cores costumam simbolizar as datas comemorativas. Branco para casamento, por exemplo, vermelho e verde para o Natal. Mais: fica em Abruzzo o mais antigo parque nacional da Itália. É uma reserva natural habitada por cabras, lontras e outros animais, como o urso marrom que teria inspirado um padeiro a criar um cookie de chocolate, o U Dulcit - Il dolce del Parco (o doce do parque).

A peperoncino, a pimenta vermelha moída, também chamada de 'diabinho'

Centerbe: bebida forte e esverdeada à base de ervas da montanha. “Quanto mais forte, melhor”, diz-se a respeito dessa aguardente em Abruzzo.

Confeitos de Sulmona: a cidade é a capital desse tipo de doce em Abruzzo. Existem vários fabricantes e muitas lojinhas onde são vendidos os coloridos doces. Podem ser embalados um a um ou ganhar formatos dos mais variados, como o de flores. O recheio é duro (amêndoas, pistache etc.) ou mole (algum licor, pasta de amêndoa ou outro tipo de creme).

Cordeiro com ovo e limão (agnello all’uovo e limone): cortada em pedaços e temperada com sal, pimenta e noz moscada, a carne de cordeiro é empanada em farinha e dourada junto com cebola. Depois, cozida em caldo de carne e vinho branco por duas horas. É servida com molho de limão e gema de ovos.

Fricassê de frango à moda de Abruzzo: o fricassê é um tipo de guisado comum na Itália e feito com tomates, alecrim, azeitonas pretas, vinho branco, regado com azeite extra virgem. Em Abruzzo, é famoso o de frango, que leva ainda a pimenta.

Macarrão cortado na chitarra, com molho (maccheroni alla chitarra): a chitarra é um instrumento utilizado para cortar a massa em fatias finas, sobretudo entre os camponeses e nos restaurantes mais típicos. Montepulciano d'Abruzzo: vinho nobre feito da uva local montepulciano. Apresenta coloração vermelho rubi intenso e aroma de frutas vermelhas. Seu paladar aveludado garante bom desempenho junto a pratos de carne.

Ragu de cordeiro (ragú d’agnello): molho clássico da região para acompanhar massas. A carne é cortada em pedaços pequenos, temperada com sal e pimenta, e dourada com louro e alho. Vinho branco seco, tomate e pimenta completam o cozimento em fogo brando.

Torrone: doces feitos de massa à base de clara de ovo e açúcar. Podem ser cravejados de amêndoas, chocolate ou figo.

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