Nestes dias a imprensa italiana destaca um assunto ligado diretamente às relações entre Itália e Brasil: o “caso” Cesare Battisti. Este blog não nasce para defender posições políticas, mas para ajudar o público brasileiro a compreender a realidade italiana, inclusive a parte relativa ao debate político, que na cultura do meu pais é certamente um aspecto importante. Quero então dar uma contribuição para compreender como toda a questão é vista do lado italiano.
Na Itália neste momento quase todo mundo conhece esta história: Cesare Battisti (homônimo de um herói do “Risorgimento” italiano!) é um aventureiro que desde os seus 17 anos começou a ter vários problemas com a justiça, por roubos e assaltos, inicialmente sem conotação política. Na prisão encontra uns dirigentes de um grupo terrorista de esquerda, os PAC (Proletari Armati per il Comunismo). Fica envolvido em 4 assassinatos organizados pelo grupo armado, pelos quais só em 2006 se declarou inocente. É condenado pela justiça italiana à prisão perpetua. Em 1981 foge da prisão, e vai primeiro para a França, depois no México, em fim na França de novo, depois que este pais resolveu acolher protagonistas dos “anos de chumbo” italianos, desde que renunciassem, obviamente, à luta armada e que se integrassem na sociedade francesa. Battisti mora 14 anos na França, entra no meio intelectual de Paris e encontra um bom sucesso como escritor de romances. Em 2004 a França muda sua política e concede a extradição de Battisti, que foge novamente, até ser preso no Brasil, em Copacabana, em 2007. O resto é história recente, até a última decisão do Presidente Lula contraria à extradição.
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