terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Polêmicas e dor pela morte das crianças

Roma - O tema das condições de vida de milhares de imigrantes que vivem nos subúrbios das grandes cidades italianas desencadeou uma forte polêmica no pais, após a morte em um incêndio de quatro irmãos ciganos de origem romeno, entre quatro e 11 anos, em um assentamento clandestino às portas de Roma.

A tragédia ocorreu no domingo à noite (6) em um barraco de lata e madeira no bairro Tor Fiscale, enquanto as quatro crianças (três meninos e uma menina) dormiam. Parece que o incêndio começou depois que os pais - ausentes no momento da tragédia, acenderam uma fogueira na tentativa de proteger as crianças do frio intenso destes dias em Roma.

Os pais de Raul Mircea, Fernando, Patricia e Sebastian foram visitados no necrotério pelo presidente da República, Giorgio Napolitano, enquanto hoje as autoridades proclamaram para amanhã (9) um dia de luto na cidade.

Os pais estão sendo indiciados por negligência infantil.

Hoje (8) a Câmara dos Deputados lembrou a morte das crianças e fez um minuto de silêncio. O vice-presidente da Casa, Rocco Buttiglione, disse que a morte das crianças é fruto da incapacidade política de encontrar um lugar e um espírito de acolhimento. "Histórias comuns de degradação, como esta, não devem se repetir", frisou ele.

"A emergência dos nômades deve ser uma prioridade", disse ainda Napolitano, precisando que "estes assentamentos degradados e inseguros devem ser transferidos rapidamente para lugares estáveis e dignos".

O prefeito da capital, o direitista Gianni Alemanno, responsabilizou pela tragédia "a maldita burocracia, que emperra o plano para resolver a situação dos nômades. Nós já tínhamos alertado do perigo destes campos ilegais, exigindo um rápido desmantelamento de todos eles".

Vigília e orações pelas crianças mortas - O cardeal vigário Agostino Vallini presidirá amanhã (9) à tarde, na Basílica de Santa Maria in Trastevere, a vigília de oração diocesana para as crianças mortas no domingo (5).

No dia de luto na capital italiana, decretado por Alemanno, a diocese de Roma se reunirá na igreja matriz da Comunidade de Santo Egídio, que há 43 anos está comprometida em ajudar os pobres e marginalizados, para juntos rezar pelas vítimas da tragédia.

Em uma nota, o Vicariato de Roma destaca sua proximidade e solidariedade às muitas famílias de ciganos que vivem na capital e às quais será dedicada a oração de toda a comunidade diocesana.

Nenhum comentário: