O pequeno porão onde viviam ficou submerso por 3 metros de água
Isael Passoni, Laine Kellen, Cleide Mara Rodrigues e Weriston morreram afogados na própria casa (foto: ANSA)
Olbia - Uma família brasileira totalmente dizimada. Mãe, pai e
dois filhos. Essa é uma das marcas deixadas pela passagem do ciclone
Cleópatra e de fortes tempestades pela ilha italiana da Sardenha. Os
quatro tinham transformado um porão na cidade de Arzachena, província de
Olbia-Tempio, em um mini-apartamento, de onde podiam observar a casa
que cuidavam. Mas com as chuvas, a pequena residência tornou-se uma
armadilha mortal submersa por três metros de água, da qual não
conseguiram escapar.
Foram necessárias quase oito horas para os bombeiros e a
Proteção Civil conseguirem recuperar os corpos de Isael Passoni, de 42
anos, de sua mulher, Cleide Mara Rodrigues, 41 anos, e de seus filhos,
Weriston e Laine Kellen, de 20 e 16 anos, respectivamente. Eles haviam
chegado ao município um ano antes, após passar uma temporada em
Luogosanto. O casal era responsável por cuidar da pequena vila em que
moravam, enquanto Laine estudava contabilidade e Weriston trabalhava com
os pais.
Poucos sabiam que eles viviam naquele porão. Quando as equipes
de socorro chegaram ao local na segunda-feira (18), em torno das 22h
(horário local), após a cheia do rio Mannu e San Pietro, logo notaram o
carro estacionado perto da casa e iniciaram as buscas. Era tarde demais.
Os brasileiros não tiveram chance. A água obstruiu a única via de saída
e os afogou. "Eles chegaram à Itália para ganhar mais dinheiro para
viver e tiveram esse fim terrível. Eles me pediam conselhos, eram
excelentes pessoas", conta uma professora de Luogosanto, vizinha da
família antes da mudança para Arzachena.
A família não tinha parentes na Itália, mas Isael fazia parte
da Congregação Cristã que opera no país. "Ele era um ministro de culto
evangélico. Deixou o Brasil e, após um período em Milão, foi para a
Espanha. Depois, mudou para a Sardenha para trabalhar, primeiro em
Luogosanto e depois em Arzachena", explica Santi Bertuccio, membro do
mesmo grupo religioso do brasileiro e o primeiro a entrar em contato com
o prefeito da cidade onde eles residiam atualmente. "Ele frequentava
duas vezes por semana a nossa igrejinha em Arzachena, por isso decidiu
ir para lá. Eles iriam ficar por mais pouco tempo na Sardenha, queriam
voltar ao Brasil. É uma tragédia terrível. Eu era amigo de Isael, éramos
muito ligados."
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