terça-feira, 1 de junho de 2010

Napolitano fala à nação para o Dia da República

Por Alberto Spampinato - Roma, 1 jun, Ansa  - Para a Festa da República, que é também a festa da unidade dos italianos, Giorgio Napolitano recebe quase 2 mil convidados ilustres nos Jardins do Quirinale (sede da presidência italiana), para a tradicional recepção; saúda todos os italianos, desejando um "bom 2 de junho para todos!" e faz um enésimo apelo para enfrentar a última etapa da crise econômica, esta "crise difícil", com uma clara consciência dos esforços e dos sacrifícios necessários, além de uma atitude - mais necessária do que nunca - da classe política dirigente para atingir escolhas responsáveis mediante um confronto construtivo e evitando os embates com fim em si mesmos.

O apelo de Napolitano foi imediatamente elogiado pelo presidente do Senado, Renato Schifani, pelo vice-presidente dos deputados do PDL, Maurizio Lupi, e pelo prefeito de Turim, Sergio Chiamparino.

Napolitano falou medindo as palavras, em um tom que revela a gravidade da situação atual e que deixou transparecer preocupação. Ele teme que, como já aconteceu antes, quem está no governo tente não beber do remédio amargo, tente adiar as medidas inadiáveis, ou ceda à tentação de descarregar os pesos excessivos sobre os mais fracos.

Ao mesmo tempo, ele teme que a oposição ou as frentes sindicais se entrincheirem atrás de protestos, propaganda e questões de princípio. Não é o momento de fazer esse jogo das partes. O confronto entre as partes políticas opostas, afirma Napolitano, não deve "produzir só o conflito em si mesmo", mas discussões marcadas por "um forte senso de responsabilidade para lidar e enfrentar os problemas. É neste espírito que as várias propostas devem discutir-se e serem enfrentadas no Parlamento, nas instituições regionais e locais e na sociedade. E que ninguém se iluda, porque manobras falsas não bastarão".

Napolitano dirigiu uma mensagem afetuosa "a todos os que vivem e trabalham em nosso país para a festa que celebraremos juntos: a festa da Itália, que se uniu e se tornou um Estado há 150 anos, a festa da República que o povo escolheu livremente em 2 de junho de 1946".

"Serve um grande esforço, feito inclusive de sacrifícios", para reerguer a economia e resolver os problemas das famílias e dos jovens, "para crescer mais e melhor". Nós, italianos, podemos fazê-lo, acrescenta o chefe de Estado, se caminharmos com determinação, coesão e a solidariedade de uma nação unida que celebrará seu 150º aniversário.

Como? "Neste momento - explica o presidente da República - sentir-se uma nação unida e solidária, sentir-se italianos, significa reconhecer que os problemas que afligem as famílias em dificuldades e os jovens também são nossos. Falo dos problemas de emprego e da vida diária, da insegurança sobre o futuro, da economia e da justiça social. Estamos atravessando, no mundo e em particular na Europa, uma crise difícil: é preciso portanto um grande esforço, feito também de sacrifícios, para abrir à Itália uma perspectiva de desenvolvimento mais segura e mais forte".

Para crescer mais e melhor, garantindo mais conforto para aqueles que ficaram para trás, toda a Itália deve crescer, de Norte a Sul. É preciso olhar para os jovens, melhorar sua educação e formação, defender o progresso da ciência e da tecnologia, aumentar a produtividade do nosso sistema econômico: só assim criaremos novos e bons empregos".
 
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