Como a população italiana lutou pela sua independência política contra as potências européias que dominavam sua região, através da vontade de uma burguesia sedenta em progresso e industrialização.
Imagine um Brasil dividido em sua totalidade por diversas influências territoriais: O Sul dominado pelos alemães, o sudeste pelos holandeses e o nordeste pelos franceses. Tal fato geraria uma grande insatisfação popular, pelo fato de que o povo não poderia eleger democraticamente novos governos e não poder comandar a economia de seu país, pois diversos países administravam ambas as partes. Tal situação era idêntica na Itália do século XIX, uma região dominada por diversas potências globais que impediam qualquer progresso econômico e competitivo no mercado, situação que permitiu que a burgueisa local financia-se levantes contra os invasores europeus
A Itália não era um estado nação como conhecemos hoje. Desde os tempos da Idade Média (476-1453) e a Idade Moderna (1453-1789), a Itália era dividida em diversos territórios. Para sermos mais específicos, desde os “tempos das trevas” do mundo medieval, a Itália tinha 90% de seu território dividido por terras da IGREJA !. Essa sustentava uma economia agrária e quase feudal na região, cujos lucros eram remetidos, evidentemente, na criação de novas sedes cristãs, no financiamento de catequismos no novo mundo e a expansão da santa inquisição, cuja finalidade era queimar os infiéis e impuros que não respeitavam as ideologias da Igreja. Motivo: “Pela Graça de Deus e somente pela sua boa vontade e suas ordens”Avançando até o século XIX, o mundo sofreu uma transição grandiosa do mercantilismo para o capitalismo, por 2 razões: A Revolução Francesa e a Revolução Industrial. A Primeira ocasionou-se pela insatisfação da burguesia por não ter possibilidades evidentes de poder progredir economicamente, devido a um governo.
Avançando até o século XIX, o mundo sofreu uma transição grandiosa do mercantilismo para o capitalismo, por 2 razões: A Revolução Francesa e a Revolução Industrial. A Primeira ocasionou-se pela insatisfação da burguesia por não ter possibilidades evidentes de poder progredir economicamente, devido a um governo intervencionista na economia, que não defendia a propriedade privada e tão pouco o livre comércio. A Revolução Francesa colocou em xeque esse tipo de poder autocrático, colocando a semente na terra para que a burguesia subisse no poder; A segunda , [b]pela necessidade do aumento de produção em larga escala, do conhecimento dos meios de produção e a redução de custos. A Itália no século XIX , em 80% de seu território, tinha sua economia voltada ao setor primário, ou seja, voltado ao setor agrícola. Uma economia fraca, burocrática, lenta e pouco competitiva em um mercado que começava a se industrializar e tornar-se cada vez mais exigente.Tudo isso administrada pelas potências européias. Para se ter uma idéia, após a queda de Napoelão, o Congresso de Viena, uma espécie de Congresso de Yalta, decidiu que a Itália ficaria dividida da seguinte forma:
No Norte caberia a influência Austríaca nas regiões do Vêneto, Tirol, Istria, Sabóia e Nice ;
No Centro caberia a influência da Igreja em sua antiga Região dos Estados Pontíficios ;
No Sul caberia a influência da França (Governo dos Bourbons) no Reino das Duas Sícilias;
Somente uma região, ao extremo Noroeste teria pouca influência dessas potências européias: o Reino do Piemonte. Esse passou por um processo de modernização que o transformou no mais poderoso dos pequenos italianos. Diferente das regiões que eram governadas pelo total absolutismo, o Piemonte possuía uma Monarquia Constitucional. Além disso, um surto de Industrialização propiciou o fortalecimento da burguesia piemontesa, cujos interesses econômicos tornavam necessária a unida política do páis, ou seja, uma Itália Unificada e Livre , sem intervenções políticas e econômicas externas. A ascensção do Conde de Carvour, um rico burguês-financeiro, ao posto de primeiro ministro , apoiado pelos partidarios de unificação, acelerou ainda mais o processo de independência política do país que ocorreria no período de 1860-70.
Em 1848, a Itália tentou sua independência. Diversos movimentos surgiram, em maior destaque: Os Camisas Vermelhas, liderados por Giuseppe Garibaldi cuja concentração era voltada ao Sul da Itália e apoio mais popular e o Risorgimento, movimento pela alta burguesia do Piemonte que pregava a unificação sob uma monarquia liberal, liderado por Carvour. Nesse mesmo ano, a França explodiu uma revolução com cunho socialista que depôs o monarca Lúis Filipe, e instalou a chama 2ª República. Devido a instabilidade política, um golpe dado por Luís Bonaparte (Sobrinho de Bonaparte) sobrepujou a revolução e instalou o 2º Império frânces. A Revolução do proletariado frânces motivou diversas nações da Europa a tentarem lutar contra o Absolutismo, inclusive no Brasil, com a Revolução Praieira em Recife. A Itália tentou lutar contra , porém as forças austríacas solaparam as resistências de Giuseppe Garibaldi e estabaleceram novamente suas influências na península. Uma derrota que estimulou ainda mais a sua independência.
Em 1860 deu-se a largada contra a opressão austríaca na Itália. Um acordo afirmado do Piemonte com Napoleão III contra a Ásutria, ajudou ainda mais a unificação. Em 1860, tropas franco piemontesas venceram os Austríacos nas batalhas de Magenta e Solferino, mas a ameaça de uma intervenção militar da Prússia levou a França a retirar-se da guerra, obrigando os piemonteses a concluir com a Áustria o tratado de Zurique. Por ele, a Áustria conservava a região de Veneza e cedia a Lombardia (região norte-central da Itália) ao Piemonte; este , por sua vez, cedia à França as regiões de Nice e Sabóia.
Paralelamente à guerra contra a áustria, Garibaldi Promovera várias insurreições pátrioticas na Itália cntral. As tropas garibaldinas conquistaram os ducados de Toscana, Parma e Módena, assim como a Região da Romanha, pertencente aos Estados Pontíficos. Em 1860, Garibaldi atacou o Reino das Duas Sícilias, comandando a Expedição dos Mil Camisas Vermelhas, que culminou com a conquista de Napoles.
Para a conclusão da unidade de país faltava ainda a incorporação de Veneza, submetida à ocupação austríaca, e de Roma, onde Napoleão III mantinha tropas francesas para proteger o Papa. O Imperador francês, por birra, opunha-se agora à unificação da Itália porque temia o surgimento de uma nova potência junto às fronteias da França.
Aquela época, a Prússia também estava promovendo a unificação da Alemanha, à qual se opunham a Áustria e a França. Os objetivos e inimigos comuns levaram em 1866 á assinatura de um pacto militar ítalo-prussiano.
Nesse mesmo ano, eclodiu a guerra Austro-Prussiana (1866), que indiretamente, iria acelerar a unidade italianda. Em campanha fulminante, a aliança ítalo-prussiana venceu os austríacos, que, entre outras concessões, foram obrigados a ceder à Itália o domínio de Veneza. Os italianos tiveram de renunciar às provincias do Tirol, Treintino e Ístria.
A unificação tomou-se por completa após a guerra franco-prussiana (1870), onde a Alemanha se unificou completamente e derrotou França; Essa retirou suas tropas de Roma.
As consequencias da unificação foram as mais interessantes:As provincias irredentistasdo Tirol, Treintino e Ístria so foram recuperadas no governo de MUSSOLINI. Desde 1866 essas ficaram sob o domínio a Austría. No final do século XIX, o irredentismo passou a ser apoiado pela Itália, que pretendia recuperar essas regiões. Em 1915, o irredentismo desempenhou importante papel na entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial. Após essa, não foi devolvida efetivamente à Italia.
De certo modo, a unificação da Itália alavancou o processo democrático e industrial do país. Porém, a falta de um setor secundário competitivo (setor industrial), as falsas promessas do Tratado de Versalhes quanto a colônias na África , a posse das províncias irredentistas e índices inflacionários, geraram na década de 1920 a ascenção de um governo totalitários e ultra-nacionalista: O Fascismo.
Roberto Carnier